34ª viagem apostólica

Eslováquia: conheça um pouco mais sobre o país que receberá o Papa

Um país pequeno, mas de economia robusta e maioria católica é o destino do Santo Padre em sua próxima Viagem Apostólica

Thiago Coutinho
Da redação

O Palácio Presidencial em Bratislava, na Eslováquia, onde será a cerimônia de boas vindas ao Papa / Foto: olgalngs by Getty Images

O Papa Francisco inicia mais uma viagem apostólica neste domingo, 12. Após uma passagem por Budapeste, capital da Hungria, para o encerramento do Congresso Eucarístico Internacional, o Pontífice passará quatro dias na Eslováquia.

Em termos territoriais, trata-se de um país do tamanho do estado do Espírito Santo (49.035 km²) que abriga 5,4 milhões de habitantes. A capital atende por Bratislava e a maior parte da população (62%) é católica.

Como membro da União Europeia, a moeda corrente é o euro. Um país jovem (28 anos de existência), localizado entre Áustria e Hungria. Com diversas reformas econômicas, tornou-se um país rico, membro de diversos tratados e grupos de expressão mundial, como a Organização Mundial do Comércio (OMC).

“A Eslováquia praticamente já concluiu a transição de uma economia planificada para uma economia de mercado. O país se adaptou muito bem ao mundo capitalista ocidental e a prova disso foi ter chegado a registrar taxas de crescimento elevadíssimas na primeira década do século XXI”, explica João Paulo Vicensio, Mestre em Geografia pela PUC-SP.

“Hoje, o país se destaca na produção de gêneros industrializados como automóveis, autopeças e componentes eletrotécnicos e eletrônicos. Do ponto de vista político, existem partidos de todos os espectros políticos no país que atualmente é governado por uma coalizão da qual fazem parte quase todos os partidos exceto o SMER (Social Democrata) e Kotlebovci (extrema Direita, quase neonazista). E por fim a Eslováquia faz parte da União Europeia e é uma das economias mais integradas ao Bloco”, acrescenta.

Rápidas mudanças

Após sucessivas reformas econômicas, a Eslováquia se tornou um país rico e interessante para diversos investidores estrangeiros. Segundo Vicensio, isto se deu graças à intenção do país em integrar a União Europeia.

“Para isso, o país precisou fazer uma série de adequações em sua legislação, o que gerou uma grande reestruturação política e social. Além disso, a maioria da população jovem abraçou a ideia, o que fez com que o nível de integração desse país com a União fosse bem grande”, detalha.

Embora seja um país relativamente pequeno, a Eslováquia, integra importantes blocos econômicos e militares. “Se pensarmos que se trata de um país de território pequeno com um número relativamente baixo de habitantes, seu peso econômico e militar é reduzido”, diz Vicensio. “Mas se pensarmos na localização da Eslováquia, que fica no centro da Europa, e se comparado com seus vizinhos, a Eslováquia ter forças armadas , mercado consumidor e indústria parecidas, sua importância e participação nessas organizações é bem maior”, pondera.

Igreja na Eslováquia

Por ocasião da visita papal, o Vaticano divulgou algumas estatísticas sobre a Igreja na Eslováquia (dados até 31 de dezembro de 2019). No país, são 73,71 católicos em cada 100 habitantes. Há 1560 paróquias distribuídas em 12 circunscrições eclesiásticas. 

Dados de 19 de julho de 2021 apontam um total de 22 bispos no país. Com relação aos sacerdotes, o total é de 3064 (2425 diocesanos e 639 religiosos). Na vida consagrada, são 2008 religiosos. 

Como em outros países, a Igreja também mantém, na Eslováquia, escolas e centros caritativos. São 185 escolas maternas e primárias, 69 secundárias e 4 universidades. E na área de assistência caritativa, há hospitais, ambulatórios, casas para idosos, orfanatos, consultores familiares, centros especiais de educação ou reeducação social dentre outras instituições. 

A visita de Francisco

A viagem do Santo Padre a estes países do leste europeu ocorre em meio a um contexto mundial complexo. A pandemia ainda não cessou, embora a chegada da vacina tenha diminuído consideravelmente o número de mortos ao redor do globo. A situação dos refugiados — especialmente de locais como Líbano e Afeganistão — segue sendo uma preocupação não só da Igreja, mas de líderes mundiais.

“A visita do Papa como chefe de Estado é importante para as relações internacionais entre a Eslováquia e a Santa Sé, mas creio que ela é extremamente importante para os católicos desse país já que é uma oportunidade para renovar votos com a fé e principalmente de motivação da comunidade católica local a se unir em torno de valores defendidos pela Igreja e pelo Papa Francisco em especial, como, por exemplo, o respeito aos direitos humanos e o acolhimento aos imigrantes”, observa Vicensio.

“Sua visita pode sensibilizar os católicos que são eleitores e que, portanto, podem pressionar os governantes a acolherem essas pessoas. Além das respectivas paróquias e dioceses a realizar um trabalho de acolhimento com esses refugiados”, finalizou.

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