''SEMENTE PRECIOSA''

Em audiência com fiéis sul-coreanos, Papa recorda Santo André Kim

Francisco recebeu delegação para abençoar imagem do primeiro sacerdote mártir do país, que será colocada na Basílica de São Pedro

Da Redação, com Vatican News

Bispo sul-coreano apresenta réplica da imagem de Santo André Kim ao Papa Francisco / Foto: Vatican Media/­Handout via REUTERS

“Se o grão de trigo, caído na terra, não morre, permanece só; mas se morrer, produz muito fruto” (cf. Jo 12, 24). O Papa Francisco relembrou um dos ensinamentos deixados por Jesus ao receber, em audiência, alguns fiéis da Coreia do Sul neste sábado, 16, no Vaticano. A delegação acompanha a instalação de uma imagem do primeiro mártir sul-coreano, Santo André Kim Taegon, na Basílica do Vaticano.

A estátua do santo foi abençoada pelo Pontífice, que também fez um discurso. Ele recordou a história do mártir, chamando-o de “semente preciosa”. Santo André Kim foi o primeiro sacerdote mártir sul-coreano, morto logo após sua ordenação. “Sua figura convida todos a descobrir a vocação confiada à Igreja coreana: vocês são chamados a uma fé jovem e ardente que se torna dom, graças ao amor a Deus e ao próximo”, declarou o Santo Padre.

Neste sentido, a Igreja coreana, com a profecia do martírio, recorda que “não se pode seguir a Jesus, sem abraçar a Sua Cruz”, e “não se pode ser bom cristão, se não estiver disposto a seguir o caminho do amor até ao fim”.

Paixão pelo Evangelho

O Papa também falou sobre outro aspecto da vida de Santo André Kim: a paixão pela evangelização. Ele citou que o pai e o avô do sacerdote também foram martirizados e que sua mãe foi obrigada a viver como mendiga. Contudo, o sul-coreano não recuou diante dos perigos e dos sofrimentos, mas se manteve firme no anúncio do Evangelho.

“Diante de tais exemplos, somos convidados a cultivar no coração o zelo apostólico; ser sinais de uma Igreja que vai pelo mundo para pregar, com alegria, a semente do Evangelho, mediante uma vida de dedicação aos outros, na paz e com amor”, exortou Francisco.

Regada pelo sangue dos mártires

Falando sobre a Igreja Coreana, ele explicou que ela nasce dos leigos e é fecundada pelo sangue dos mártires. “Suas raízes são regeneradas pelo generoso impulso evangélico das testemunhas e pela valorização do papel e dos carismas dos leigos”, comentou.

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Diante disto, o Pontífice abordou a importância de ampliar o espaço de colaboração pastoral, para que o anúncio do Evangelho seja difundido pelos sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, e encarnado nas diversas culturas e na história, em espírito de serviço, sem jamais criar conflitos, mas uma plena comunhão.

Sementes da paz

“Por isso, desejo convidar-lhes a redescobrir a sua vocação de ‘apóstolos da paz’, em todos os âmbitos da vida. Quando André Kim estudou teologia em Macau, foi testemunha dos horrores das Guerras do Ópio. Naquele contexto de conflito, conseguiu ser semente de paz, levando todos ao encontro e ao diálogo”, comentou o Santo Padre.

Assim, ele falou sobre a profecia para a Península Coreana e para o mundo todo: “ser companheiros de viagem e testemunhas de reconciliação, pois o futuro não se constrói com a força violenta das armas, mas com a força suave da solidariedade”.

Ao final do seu discurso, o Papa pediu a intercessão de Santo André Kim para que se realize o sonho da paz na Península Coreana, e recordou que a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) será sediada em Seul, em 2027. Por isso, confiou os jovens à Igreja coreana, para que se tornem interiormente livres e alegres testemunhas da verdade e fraternidade.

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