Na catequese de hoje, Papa anunciou ciclo de reflexões sobre as obras de misericórdia, na reta final do Ano Santo
Da Redação, com Rádio Vaticano
As obras de misericórdia são o melhor antídoto ao vírus da indiferença, disse o Papa Francisco na catequese desta quarta-feira, 12. O Pontífice anunciou que nas próximas semanas dedicará suas catequeses a essas 14 obras – sete corporais e sete espirituais – que a Igreja apresenta como o modo concreto de viver a misericórdia.
Não se trata de realizar grandes esforços ou gestos sobre-humanos, explicou o Papa. Jesus indica uma estrada muito mais simples, feita de gestos pequenos, mas de tão grande valor aos Seus olhos, sobre os quais os homens serão julgados.
As que socorrem as pessoas nas suas necessidades materiais são chamadas obras corporais: dar de comer, dar de beber, vestir os nus, abrigar os peregrinos, assistir aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos .
Mas há também as sete obras de misericórdia espirituais: dar bons conselhos, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias, suportar com paciência as fraquezas do nosso próximo, rezar a Deus por vivos e defuntos.
Obras simples, mas urgentes
“Num mundo infelizmente ferido pelo vírus da indiferença, as obras de misericórdia são o melhor antídoto. De fato, nos educam à atenção para as exigências mais elementares dos nossos irmãos mais fracos, nos quais Jesus está presente. É sempre Jesus que está presente no necessitado. Reconhecer a sua face em quem está na necessidade é um verdadeiro desafio contra a indiferença”.
Com frequência, acrescentou o Papa, as pessoas estão distraídas, indiferentes, e quando o Senhor passa perto delas, perdem a ocasião de encontrá-Lo. Por isso, as obras de misericórdia despertam a exigência e capacidade de tornar viva e operosa a fé com a caridade.
“Estou convencido de que com esses simples gestos cotidianos podemos realizar uma verdadeira revolução cultural. Se cada um de nós fizer pelo menos uma obra de misericórdia por dia, teremos uma revolução!”
Francisco citou o exemplo de Santa Teresa de Calcutá, que não é lembrada pelas muitas casas que abriu no mundo, mas porque se inclinava sobre cada pessoa que encontrava abandonada no meio da estrada para lhe devolver a dignidade.
“Que o Espírito Santo acenda em nós o desejo de viver com este estilo de vida. Pelo menos uma obra por dia. Aprendamos novamente de cor as obras corporais e espirituais de misericórdia e peçamos ao Senhor que nos ajude a colocá-las em prática todos os dias. É o momento em que vemos Jesus numa pessoa que está necessitada.”