Mianmar, Ucrânia, Oriente Médio, Palestina, Israel e “onde quer que se combata” foi o apelo de Francisco após a oração mariana do Angelus
Da redação, com Vatican News
Periferias existenciais, guerras esquecidas, sofrimentos dos quais quase ninguém fala. Logo após rezar o Angelus neste domingo, 28 de janeiro, o Papa voltou seu olhar para uma terra e um povo que lhe é muito caro: a população de Mianmar (ex-Birmânia), país por ele visitado em novembro de 2017 e do qual nunca esqueceu a riqueza cultural, os desafios e os tantos sofrimentos. O golpe militar de fevereiro de 2021 voltou a mergulhar o país nas sombras, substituindo uma frágil democracia.
Há três anos que o choro de dor e o barulho das armas ocupam o lugar do sorriso que caracteriza a população de Mianmar. Uno-me, portanto, à voz de alguns bispos birmaneses, «para que as armas de destruição se transformem em instrumentos para crescer em humanidade e justiça». A paz é um caminho e convido todas as partes envolvidas a dar passos de diálogo e a revestirem-se de compreensão, para que a terra de Mianmar alcance a meta da reconciliação fraterna. Seja permitido o trânsito de ajudas humanitárias para garantir as necessidades de cada pessoa.
“Onde quer que se combata: respeitem as populações!”
Este 24 de fevereiro de 2024 marcará os dois anos do início da invasão russa da Ucrânia. Já em outubro de 2023, após o massacre por obra do Hamas que matou cerca de 1.200 pessoas, Israel deu início a uma ofensiva na Faixa de Gaza que já matou mais de 26 mil palestinos. A exortação de Francisco a empreender um caminho de paz e respeitar as populações é dirigida, portanto, também a essas terras e “onde quer que se combata”:
“E o mesmo acontece no Médio Oriente, na Palestina e em Israel, e onde quer que se combata: respeitem as populações! Penso sempre com preocupação em todas as vítimas, especialmente civis, causadas pela guerra na Ucrânia. Por favor, seja ouvido seu grito de paz: o grito das pessoas, que estão cansadas da violência e quer que acabe a guerra, que é um desastre para os povos e uma derrota para a humanidade!”
Haiti
As seis irmãs da Congregação de Sant’Ana que haviam sido sequestradas no dia 19 de janeiro em Porto Príncipe, Haiti, foram libertadas, juntamente com as outras pessoas que as acompanhavam e que foram tomadas como reféns por homens armados que bloquearam o ônibus em que viajavam. No Angelus do domingo, 21 de janeiro, o Papa havia feito um “sentido” apelo pela libertação das seis religiosas e pelos dramas que a ilha está vivendo: “Rezo pela harmonia social no país e peço a todos que ponham fim à violência que está causando tanto sofrimento àquela querida população”. Neste domingo, 28, foi a vez de agradecer pela sua libertação:
“Tomei conhecimento com alívio da libertação das religiosas e de outras pessoas sequestradas com elas no Haiti na semana passada. Peço que sejam colocados em liberdade aqueles que ainda são sequestrados e que acabe toda forma de violência; todos devem oferecer a sua contribuição para o desenvolvimento pacífico do país, para o qual é necessário um apoio renovado da comunidade internacional”.