Cardeal Américo fez uma reflexão sobre os anos de preparação e o sucesso desse encontro mundial da juventude católica, celebrado em agosto do ano passado
Da redação, com Vatican News
Passou um ano do início da abertura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 – que aconteceu de 1º a 6 de agosto do ano passado. Diante desse fato, o coordenador geral do evento, Cardeal Américo Aguiar, fez uma reflexão sobre os anos de preparação e o sucesso desse encontro da juventude católica.
Em seu texto, o purpurado afirma que são muitos os sentimentos que encheram o seu coração. “Da alegria ao espanto, do receio ao desespero, das dúvidas às convicções, tudo por aqui passou, umas vezes mais pelo coração, pelo sentimento, outras pela razão, prática e dura. Teoricamente, a organização de uma JMJ é demais para qualquer país e Igreja local. Porque a dimensão mundial é quase esmagadora, porque os recursos humanos, técnicos e financeiros começam no quase zero e nunca se sabe até onde nos levam”, pontua.
Apesar dos muitos desafios enfrentados para a organização de um evento grandioso como esse, Cardeal Américo faz questão de reafirmar: “Na prática é possível”. Ele ressalta que, ainda hoje, é notável a beleza do nascer do sol no parque Tejo e do entardecer no palco do Parque Eduardo VII, a colina do Encontro.
Satisfação do Papa
“Como foi extraordinária a semana antes das Jornadas, com o país todo a acolher jovens, a cuidar deles, a trazê-los até Lisboa. E, naqueles dias, havia uma sensação generalizada de alegria, de sorrisos entre desconhecidos, de apoios inesperados e desinteressados pelas ruas da cidade. Quando a noite chegava, só conseguia agradecer a Deus, por tudo o que tinha recebido, por tudo o que nos tinha dado”, conta.
De um modo muito especial, o purpurado frisa que nunca poderá esquecer a satisfação que viu no olhar do Papa Francisco, nas celebrações, nas ruas, em casa. Segundo ele, foi uma consolação que até hoje me continua a encher de alegria.
Cardeal Américo recorda que fez questão de ir dando conhecimento de toda a preparação da JMJ ao Papa Francisco. Com ele partilhou muitas das alegrias e das preocupações, principalmente no ano que antecedeu a Jornada.
“O Papa Francisco foi e é o Pastor que deixa tudo para ir à procura de quem ficou para trás, de quem se sente longe ou fragilizado. Também sei que todos os vídeos que gravou, de um modo tão informal e próximo, são um sinal concreto da sua estima para com todos nós. Regressei sempre a Portugal, com um sentimento de imensa gratidão, de paz e confiança”.
Agradecimentos
O coordenador geral do evento manifesta sua gratidão a todos e reforça que gostaria de ter agradecido pessoalmente cada voluntario, cada família de acolhimento, cada agente de segurança, cada funcionário de todos os serviços prestados, cada padre e religiosa que se doaram totalmente à JMJ 2023.
“A gratidão não tem princípio nem fim. E não se limita a ser dita em português. Gostaria de a fazer chegar ao mundo inteiro. Assim como quero dizer a todos, sem distinções de raças, línguas ou credos, que cada Jornada Mundial da Juventude é única e que nenhum de nós consegue sequer imaginar os frutos que podem nascer e crescer nas vidas dos jovens peregrinos, das Igrejas locais ou até mesmo da Igreja Universal”, declara.
Tudo valeu a pena
Cardeal Américo conta também que nem tudo correu bem, e afirma que tiveram momentos de “verdadeiro suor e lágrimas”. No entanto, ele reflete que as fragilidades foram e continuam a ser a prova viva da humanidade da Igreja, apenas superada pela imensa misericórdia de Deus.
“Passado um ano, olho para trás e tudo valeu a pena. Cada dia, cada viagem. Cada reunião – e foram milhares – cada celebração. Valeu a pena acima de tudo, porque fomos a Igreja Viva de Nosso Senhor. Que canta, reza e chora. Que se alegra, se entristece, se enche de esperança e confiança. Que se encontra em Jesus e com Jesus Vivo. Que se reúne à volta do Pastor e se alegra só de o ver passar. A Igreja Viva de Nosso Senhor, onde todos somos filhos e filhas muito amados, todos, todos, todos”, garante.
Por fim, ele destaca que só Deus conhece o futuro e o que está reservado para cada um dos peregrinos da JMJ 2023, mas, pessoalmente, ele frisa que sempre irá rezar por todos, até o fim de sua vida.