JMJ

Pessoas simples foram as responsáveis pela JMJ Lisboa, diz Papa

Mas “lembro também dos pastéis, que são muito bons. Tantas pessoas simples, que ofereceram o seu trabalho, a sua esperança”, acrescentou Francisco ao falar espontaneamente a cerca de 800 pessoas que atuaram diretamente na edição portuguesa da JMJ

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco em seu primeiro discurso na JMJ Lisboa 2023 / Foto: Guglielmo Mangiapane – Reuters

A Jornada Mundial da Juventude de Lisboa voltou a ser revivida nesta quinta-feira, 30, no Vaticano, quando o Papa Francisco recebeu cerca de 800 pessoas — inclusive de brasileiros — que atuaram diretamente para que a edição portuguesa fosse realizada no início de agosto deste ano.

Na Sala Paulo VI, para ouvir o Pontífice, estavam representantes do Comitê e da Fundação JMJ Lisboa 2023, a começar pelo seu presidente, dom Américo Aguiar, “o cardeal Américo que gosta de ser chamado de Padre Américo”, comentou o Papa, ao agradecê-lo “por tudo o que fez: é um cardeal especial, um cardeal um pouco enfant terrible, mas muito bom”, brincou Francisco ao citar o termo em francês para uma pessoa vivaz e cheia de iniciativas.

Ao saudar o grande grupo, o Pontífice logo disse que falaria “em espanhol porque é mais seguro, mais próximo ao português. O italiano é mais distante”. E, assim, primeiramente agradeceu por todo o trabalho desenvolvido em Lisboa para que a JMJ se tornasse “um núcleo de forte evangelização, de alegria, de expressão jovem”. E, em seguida, começou a buscar na memória os momentos saudosos vividos por lá:

“Guardo do encontro de Lisboa uma emoção muito grande, e também uma lembrança: pessoas simples, que fizeram tudo o que podiam. Ainda guardo o terço da senhora de 96 anos. Ela ainda está viva? (Sim, eles lhe respondem). Lembro também daquela garota de 19 anos com uma doença grave, que ofereceu a vida para a Jornada, pensando que morreria. Mas ainda estava viva. Está viva? (Sim, eles respondem). 19 anos. Lembro dos filhos daquela voluntária da Jornada que morreu no trabalho, como tinham ido com alegria e saíram com a tristeza de ter perdido a mãe. E lembro de tantas pessoas simples, tantas. E lembro também dos pastéis, que são muito bons. Tantas pessoas simples, que ofereceram o seu trabalho, a sua esperança.”

O Papa, então, disse que não poderia falar por muito tempo, devido à indisposição que o acometeu nos últimos dias, e mons. Antonio Ferreira da Costa, chefe da seção de Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, leu o discurso aos presentes na Sala Paulo VI.

Sonhar juntos, com “todos, todos, todos”

No texto, o agradecimento foi reforçado à delegação de várias partes do mundo que veio ao Vaticano, inclusive do Brasil, e que Francisco a descreveu como formada por “dinamizadores, coordenadores e apoiadores” da JMJ de Portugal. Foi um “um luminoso exemplo de como é possível compartilhar uma missão, sem deixar ninguém de fora”, comentou o Papa, ao recordar e reafirmar a mensagem enfática dada a milhões de jovens em Lisboa, de que a Igreja é lugar para todos, “fazendo-os confluir para um grande sonho comum”:

“Continuem a sonhar juntos, continuem a envolver em ondas sucessivas novos companheiros sonhadores de uma sociedade feita por todos e no respeito de cada um. Vou repetindo e fico contente ao ver que muitos já me fazem eco: «todos, todos, todos!”

Nada deve ser perdido

Que “nada se perca” do que foi feito em Lisboa, exortou ainda o Papa, ao se referir a Jesus que, como os respigadores “voltam atrás para recolher as espigas de trigo” perdidas nos campos, cumpre a vontade do Pai, que é a da salvação universal. E monsenhor Antonio continuou a leitura do discurso do Papa:

“Meus amigos, não deixem que nada se perca daquela JMJ que nasceu, cresceu, floriu e frutificou nas mãos de vocês, extasiadas com a abundante multiplicação de pedaços de Céu feitos gente, que brotavam de todo o lado e até mesmo de onde não se esperava.”

No centro da JMJ de Lisboa estava a figura de Maria que, como diz o Evangelho, “se levantou e partiu apressadamente”, acreditando no poder do Senhor. E para os jovens, Maria foi apresentada como exemplo e referência. O Papa, assim, renovou a gratidão àqueles que fizeram com que isso acontecesse, e mons. Antonio concluiu as palavras do Pontífice:

“Obrigado a todos e a todas! Deus pague o bem que fizeram aos jovens e a mim, à cidade de Lisboa e a quantos, de todo o mundo, para lá dirigiram os seus passos e o seu coração. Por favor, continuem a apontar e a impelir-nos para as dimensões universais do coração de Deus!”

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