Em visita a hospital pediátrico de Cracóvia, Papa denunciou sociedade poluída com a cultura do descartável e pediu a multiplicação da cultura do acolhimento
Jéssica Marçal
Da Redação
“Na minha visita a Cracóvia, não podia faltar o encontro com os pequeninos pacientes deste hospital”. Foi assim que o Papa Francisco começou seu discurso na visita ao hospital pediátrico universitário em Cracóvia (UCH) nesta sexta-feira, 29. Ele pediu a multiplicação da cultura do acolhimento.
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.: Íntegra do discurso
Presentes no encontro estavam apenas 50 das cerca de 30 mil crianças atendidas anualmente pelo hospital. O Papa disse que sua vontade era ficar mais tempo ali para poder abraçar cada uma delas, ouvi-las nem que fosse por um instante e rezar. Essa era uma atitude que Jesus tinha para com os doentes, recordou Francisco.
“Como gostaria que nós, como cristãos, fôssemos capazes de permanecer ao lado dos doentes à maneira de Jesus, com o silêncio, com uma carícia, com a oração”, disse o Papa, lamentando que hoje a sociedade esteja poluída com a cultura do descarte, que é o contrário do acolhimento.
Francisco alertou ainda que os mais fracos acabam sendo as principais vítimas dessa crueldade, mas no UCH isso é diferente, as crianças são acolhidas e cuidadas, um trabalho ao qual o Papa deixou o seu agradecimento.
“Multipliquemos as obras da cultura do acolhimento, obras animadas pelo amor cristão, amor a Jesus crucificado, à carne de Cristo. Servir com amor e ternura as pessoas que precisam de ajuda faz-nos crescer, a todos, em humanidade; e abre-nos a passagem para a vida eterna: quem cumpre obras de misericórdia não tem medo da morte”.
Outros compromissos
Mais cedo, antes da visita ao hospital, Papa Francisco foi a Auschwitz e Birkenau, dois antigos campos de concentração na Polônia. Agora Francisco segue novamente ao encontro dos jovens, desta vez para a realização da tradicional via-sacra da Jornada Mundial da Juventude. Esse será seu último compromisso nesta sexta-feira.