Padroeiro dos trabalhadores

São José Operário: santificação através do trabalho, afirma padre

Instituída na Igreja Católica pelo Papa Pio XII, em 1955, a festa de São José Operário é celebrada no Dia Mundial do Trabalho

Julia Beck
Da redação

São José Operário celebrado durante missa campal no dia 1 de maio de 2017 em Sorocaba/ Foto: Arquivo Pessoal – Padre Wagner Lopes

“São José nos ensina uma via de santificação que se dá através do trabalho, um trabalho como uma obra oferecida a Deus para o sustento da família”. A frase é do padre Wagner Lopes Ruivo, pároco há 9 anos da Paróquia São José Operário da Arquidiocese de Sorocaba (SP). Devoto de São José, o sacerdote preside a maior missa campal, dedicada ao santo, na arquidiocese: a Santa Missa, realizada sempre no dia 1º de maio, chega a atrair cerca de 20 mil fiéis.

A festa de São José Operário é celebrada pela Igreja católica nesta terça-feira, 1º, desde que foi instituída pelo Papa Pio XII em 1955. A data é celebrada no mesmo dia em que se comemora o Dia Mundial do Trabalho, decretado em 1889. Segundo padre Wagner, ao instituir o festejo a São José Operário, Papa Pio XII quis demonstrar para os leigos que eles podem e devem se santificar não necessariamente servindo a Deus como ministros ordenados, mas também por meio do cotidiano, no anonimato, como São José.

Padre Wagner Lopes Ruivo/ Foto: Arquivo Pessoal – Padre Wagner Lopes

“É uma coisa curiosa, porque quando Pio XII instituiu esta festa foi diante de um grupo de trabalhadores que havia se reunido para rezar na praça São Pedro, no Vaticano. O Papa chamou neste contexto, pela primeira vez, São José com o codinome Operário, identificando São José com aquele grupo de trabalhadores”, relata o sacerdote.

Além de modelo de trabalhador, padre Wagner classifica São José como modelo para todos os homens e modelo de pai de família. “O Senhor quis que o filho de Deus fosse nutrido com o pão e o leite obtido através do trabalho manual”.

“Deus é tão sábio e a divina providência tudo compreende, porque nas páginas do Gênesis o trabalho havia sido associado a uma espécie de castigo. (…) Quando é escolhido São José, trabalhando com ofícios da carpintaria e ensinando o filho de Deus a também trabalhar na carpintaria, a Santa Igreja entende que ali, Deus em sua infinita providência fez desaparecer todo e qualquer castigo e maldição relacionada ao trabalho, transformando em uma fonte de benção e realização do homem. Muda-se a conotação do trabalho, ele não é mais visto como castigo, mas como uma forma do próprio ser humano se realizar”, contou.

A relação de devoção com o santo surgiu, segundo o sacerdote, ainda no seminário teológico, cuja dedicação era a São José. “Desde os primórdios vejo São José como um modelo vocacional, um modelo para o sacerdote. (…) Foi o guardião da sagrada família, protetor da Virgem Maria, conservando-se casto e virgem. Conservar a pureza e ser guardião da sagrada doutrina da Igreja é uma das vocações do sacerdócio”, comentou padre Wagner.

Segundo padre Wagner, o momento muito esperado da missa do dia 1 de maio é a benção da carteira de trabalho através do patrocínio de São José Operário. “Nos últimos anos, por conta da crise econômica que o nosso país atravessa, houve um adendo, as pessoas passaram a trazer em grande quantidade seus currículos”, contou.

 

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