Estado permanente de missão

Qual é o papel da paróquia na ação missionária?

A paróquia tem sido objeto de atenção da Igreja, principalmente tendo em vista a necessidade de promover a nova evangelização e a missionariedade. O 3º Encontro Nacional da Missão Continental, realizado em novembro, teve como tema “Paróquia Missionária”, procurando ser uma oportunidade para estimular os agentes de pastoral ao estado permanente de missão.

O assessor da Missão Continental da CNBB, padre Sidnei Marcos Dornelas, explicou que a missão continental foi uma tarefa dada pela Conferência de Aparecida, para que esta não ficasse apenas em um documento, mas se tornasse realidade em cada Igreja local, em cada diocese.

Ele destacou que, entre as muitas frentes missionárias, está a paróquia, que é o lugar central onde se realiza toda a vida comunitária, toda atividade evangelizadora da Igreja. Por isso mesmo o sacerdote explicou que existe a necessidade, percebida não só pelos bispos, mas por toda a Igreja, de que a paróquia trabalhe para que suas estruturas de pastoral sejam realmente missionárias.

Entre as propostas para que isso seja concretizado, padre Sidnei aponta as missões populares, que foram inspiradas nas comunidades eclesiais de base e estão se espalhando em muitas dioceses no interior do Brasil. Além disso, o sacerdote citou a Pastoral da Visitação, para visitar famílias, comércios, clubes e entidades, por exemplo.

“A Pastoral da Visitação busca justamente isso: fazer de maneira mais sistemática, mais organizada, com uma verdadeira pastoral, esse contato nos vários ambientes em que as pessoas vivem, no sentido de fazer com que elas possam se sentir atendidas, acolhidas pela Igreja e que a Igreja também possa se fazer presente, a evangelização possa se fazer presente em todos os ambientes da sociedade”.

Ao lado dessas propostas, padre Sidnei lembrou a importância do Conselho Missionário, uma sugestão para todas as paróquias e dioceses. Segundo o sacerdote, o objetivo não é tanto realizar a missão, mas despertar a animação missionária em todas as pastorais. Nesse sentido, o Conselho funciona como um articulador, um instrumento de comunhão para que se possa enriquecer cada vez mais a caminhada da Igreja local.

Desafios

Se por um lado existem muitas propostas para uma paróquia de fato missionária, por outro há dificuldades. Um dos desafios, de acordo com padre Sidnei, é a diversidade da realidade das paróquias.

“Existem, no interior do Brasil, paróquias que são imensas, que ao mesmo tempo juntam a catedral da diocese, bairros de periferia urbana e zonas rurais. Cada realidade dessa demanda uma resposta diferente. Às vezes o clero é muito reduzido, um ou dois padres para dar conta de tudo”.

Ano da Fé

A atenção com a missão nas paróquias acontece ao mesmo tempo em que a Igreja no Brasil e no mundo vive o Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI. Padre Sidnei destacou que há uma sintonia muito grande entre o Ano da Fé e a Missão Continental.

Ele lembrou que este Ano coloca diante de todos os fiéis, em especial os agentes de pastoral, a questão da transmissão da fé e a responsabilidade de cada um com a tarefa de dinamizar a transmissão da fé de modos novos, uma vez que o jeito antigo de se fazer isso, unicamente baseado na Tradição, não tem mais o mesmo “fôlego” de antes.

“Se nós soubermos responder bem à proposta de Aparecida, nós estamos também dando uma resposta para as preocupações que são levantadas pelo Ano da Fé, ou seja, como transmitir a fé no mundo de hoje e diante das diferentes realidades que a Igreja encontra no mundo todo”.


 

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