Superação, resiliência, bem-estar emocional são algumas das vantagens para quem pratica esportes com regularidade
Thiago Coutinho
Da redação
As Olimpíadas de Tóquio chegaram ao fim neste domingo, 8. Os Jogos Olímpicos foram realizados com a pandemia em curso e os atletas brasileiros marcaram presença com resultados acima da média.
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Foram mais de duas semanas de competição em várias modalidades esportivas. Alguns momentos chamaram a atenção, como a vitória dourada do surfista brasileiro Ítalo Ferreira, mesmo após problemas com a prancha (que quebrou, e ele precisou usar uma reserva). A ginasta Simone Biles trouxe à tona a discussão sobre saúde mental e a pressão sofrida por atletas de alto rendimento. No salto em altura, teve medalha de ouro compartilhada, com dois campeões em um exemplo de amizade e fraternidade ao mundo.
Um dos aprendizados importantes para quem pratica esportes — e para quem está de fora também – é o sentimento de superação. “Os aspectos positivos do esporte estão bem relacionados à superação. Superação dos desafios, dos obstáculos e das dificuldades. Quem é esportista de competição sabe que, às vezes, perde e, às vezes, ganha, mais se perde do que se ganha. O esporte ensina a ter resiliência”, explica a psicanalista Valéria Amodio.
Valéria explica que o esporte educa o indivíduo a ter paciência e disciplina para alcançar seus objetivos — algo que falta, em sua opinião, especialmente aos jovens.
“O esporte traz essa dimensão de que as coisas não vêm facilmente. Para conquistar é necessário esforço, vai ter alegrias e tristeza, vai ter dificuldades, obstáculos, mas a ideia é transpor tudo isso. E que o aprendizado vem nesse processo”, pondera.
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Os benefícios emocionais do esporte
Além dos benefícios físicos, afinal de contas, o sedentarismo é um dos principais males da sociedade contemporânea, a prática de esportes traz benefícios sem iguais para o cérebro e o lado emocional das pessoas.
“O esporte ajuda a liberar o cérebro, a mente, ajuda a respirar. Explicando de uma forma figurada, traz o oxigênio de verdade e faz com que a gente consiga olhar além de uma visão muito direta. Isso ajuda muito na criatividade, para pensar, relaxar, para equilibrar”, avalia Valéria.
A periodicidade, porém, é imprescindível para que os resultados físicos e emocionais sejam sentidos. “Praticando de forma periódica, é possível eliminar, naquele dia, aquela angústia, a raiva, aquele sentimento mal resolvido. Vimos que grandes pensadores diziam que para ter ideias e pensamentos, eles caminhavam”, reforça a especialista.
Cuidado com os excessos
Corpo e mente têm limites. Em se tratando de esportes, isso fica muito evidente. Nas Olimpíadas, viu-se ainda o exemplo da ginasta Simone Biles, que decidiu não competir as finais individuais de sua categoria por questões de saúde mental. Um exemplo de quando a pressão por resultados pode ser prejudicial.
“O equilíbrio é primordial. Todos os esportes competitivos precisam deste apoio [psicológico], mesmo que não seja da equipe, para que a pessoa possa se fortalecer e saber seus limites”, adverte.