Falecimento

Morre Dom Pedro Zilli, primeiro bispo brasileiro na Guiné-Bissau

Bispo estava internado desde o dia 11 deste mês e faleceu em decorrência da covid-19

Da redação, com CNBB

Dom Pedro Zilli

Dom Pedro Zilli faleceu nesta quarta-feira, 31, em decorrência da covid-19./ Foto: CNBB

A diocese de Bafatá, na Guiné-Bissau (África), anunciou, nesta quarta-feira, 31, a morte de Dom Pedro Carlos Zilli (Pontifício para Missões Estrangeiras – Pime). O bispo faleceu em decorrência da covid-19.  

Dom Pedro foi testado positivo no dia 9 deste mês, e desde o dia 11 estava internado em um hospital em Cúmura. Ele era natural de Santa Cruz do Rio Pardo (SP) e tinha 66 anos.

Recém ordenado padre, foi enviado como missionário por seu instituto Pontifício para Missões Estrangeiras à Guiné Bissau, em 1985. Tornou-se o primeiro bispo da diocese de Bafatá, Igreja onde exerceu seu ministério por 33 anos e acolheu muitos missionários brasileiros. Ele também é considerado o primeiro bispo missionário brasileiro.

A Igreja do Brasil, por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o do seu Regional Sul 2, mantém projetos missionários na Guiné-Bissau, entre eles a missão dedicada a São Paulo VI.

O regional enviou à diocese 20 mil bíblias. Em entrevista ao site da diocese de Maringá, Dom Pedro falou das dificuldades de evangelização no país marcado pela guerra e cuja população é composta por 15% de cristãos. “Os católicos são minoria, então a prioridade lá é o primeiro anúncio”, disse.

Biografia e trajetória eclesial

Nasceu em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), em 7 de outubro de 1954. Dom Zilli prestou seus votos em 6 de julho de 1984, e recebeu a ordenação sacerdotal em 5 de janeiro de 1985 em Ibiporã (SP). No mesmo ano, foi enviado à Guiné-Bissau, tornando-se vigário paroquial na missão de Bafatá.

Foi também delegado do bispo para a zona pastoral de Cacheu e presidente da Comissão para a Formação dos Seminaristas Maiores, de 1986 a 1998, e superior regional do PIME na Guiné-Bissau, de 1993 a 1997.

De volta ao Brasil em 1998, e então padre Zilli exerceu as funções de diretor espiritual do seminário filosófico do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras e vice-superior regional do mesmo para o Brasil-Sul, em Brusque (SC). Foi nomeado por São João Paulo II como bispo em 13 de março de 2001. Definido como primeiro bispo missionário brasileiro, sua sagração episcopal ocorreu em 30 de junho de 2001.

Veja um vídeo onde Dom Pedro Zilli fala sobre sua experiência como missionário:

Nota de pesar

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestou o pesar pelo falecimento de Dom Pedro Carlos Zilli.

A CNBB expressou sua solidariedade aos familiares, amigos, ao povo de Deus e missionários na diocese de Bafatá e ao Pontifício para Missões Estrangeira (PIME) que puderam se enriquecer com a doação de Dom Zilli, enviado como missionário para evangelizar uma parcela do povo africano.

“Em preces pela alma de Dom Pedro Carlos Zilli reforçamos que ele, como os primeiros cristãos, não enfrentou tempos fáceis em seu ministério em solo africano. Contudo, conforme o Papa Francisco assinalou em sua mensagem para do Dia Mundial das Missões deste ano, testemunhamos que, pela sua fé em Jesus Cristo, esse nosso irmão espalhou o perfume do Evangelho, suscitando por onde andou aquela alegria que só Espírito pode dar. Diante do testemunho dedicado de Dom Pedro Zilli, reiteramos a certeza de que ‘a pessoa que se oferece e entrega a Deus por amor, seguramente será fecunda’ (Jo 15, 5).”

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