CN em Foco

Monge fala sobre vida austera dos seguidores de São Bento

Oração, silêncio e trabalho são a marca dos monges que seguem as regras deixadas por São Bento

Luciane Marins e Padre Roger Araújo

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Dom Filipe da Silva /Foto: blog

Nesta sexta-feira, 11, dia em que a Igreja celebra São Bento, o Canção Nova em Foco conversa com Dom Filipe da Silva. O Abade do Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro fala sobre a vida e a obra desse santo, que embora tenha vivido no século quinto, até hoje conquista devotos em todo o mundo.

A espiritualidade beneditina é fundamentada no amor a Jesus Cristo. Para Dom Filipe, a grande lição deixada por São Bento é despertar os homens para esse amor. “Ele pede que nada seja anteposto a Cristo, é uma regra, um princípio, daí decorre tudo mais. Nada antepor ao amor de Cristo”, explica.

A austeridade vivida pelo santo é característica comum aos monges, que onde quer que estejam, têm uma vida marcada pela oração, pelo silêncio e trabalho.

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O dia beneditino tem a marca da organização que passa pela oração. Os monges rezam no início da manhã, depois no meio da manhã, ao meio-dia, no meio da tarde, ao fim da tarde, e um pouco mais à noite, encerrando o dia por volta das 20h.

“A primeira norma de São Bento é harmonizar, organizar e austerizar a vida de oração, porque essa oração voltada para Deus, por meio de Cristo, é que vai dar o tom espiritual ao mosteiro que ele organizou”.

O santo deixou a chamada Regra Beneditina, uma série de “normas” que dirigem os costumes dos que a ela obedecem. No capítulo 16, São Bento deixou explícito como devem ser celebrados os ofícios durante o dia. “Rendamos, portanto, nessas horas, louvores ao nosso Criador ‘sobre os juízos da sua justiça’, isto é, nas Matinas, Prima, Terça, Sexta, Noa, Vésperas e Completas; e à noite, levantemo-nos para louvá-Lo'”.

Dom Filipe deixa claro que vida disciplinada e austera não significa vida dolorosa ou inquieta.

Trabalho

Ao lado da oração está o trabalho. A regra beneditina diz que a ociosidade é inimiga da alma. Entre uma oração e outra, o monge se volta ao trabalho, que depende do lugar em que o Mosteiro está.

O trabalho realizado em um Mosteiro da área urbana se diferencia de outro que esteja na área rural. Neste último, por exemplo, o trabalho é voltado para a agricultura e para os trabalhos manuais.

Já no Mosteiro do Rio de Janeiro, do qual Dom Filipe é abade, o trabalho dos monges está relacionado ao Colégio, à Faculdade, à Livraria e à Obra social que o Mosteiro mantém, além do acolhimento às pessoas que procuram o local para retiros e confissão. Outra característica dos beneditinos é o apostolado da liturgia.

Missão dos monges

Independente do tipo de trabalho que desenvolvem, Dom Filipe explica que a missão dos monges é rezar pelo mundo e por tantas pessoas que, devido às obrigações do dia a dia, não o conseguem.

“Recolhidos no silêncio, na paciência, no trabalho, no acolhimento e na oração damos a Deus o reconhecimento do Seu senhorio. Deus é sumamente bom e perfeito, é justo que Ele seja permanentemente louvado por pessoas que deixam o mundo para ter como primeira missão esse louvor a Deus”.

Na entrevista, Dom Filipe fala ainda sobre a rotina e os horários dos monges, que costumam acordar às 4h30 da manhã, e destaca como a oração e a medalha de São Bento tem sido usada por devotos em várias partes do mundo para alcançar graças e proteção.

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