“A cada ano, lembrar a Jornada é lembrar o que foi vivido”, diz Dom Joel Portella, que foi coordenador geral do COL da JMJ no Rio
Jéssica Marçal, com colaboração de Júlia Beck
Da Redação
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Missa de Envio, presidida pelo Papa Francisco, na JMJ Rio 2013 / Foto: Ed Alves / cancaonova.com
23 de julho de 2018. Há exatamente cinco anos começava, no Rio de Janeiro, o maior evento da juventude católica mundial: a Jornada Mundial da Juventude. Além da importância do evento em si para os jovens, o Brasil viveu um grande momento ao ser o primeiro país a receber a visita do novo Papa na época – Papa Francisco – que havia sido eleito em 13 de março daquele ano e tinha o Brasil como destino de sua primeira viagem apostólica.
Foram dias cheios de alegria, evangelização e transformação na vida de tantos jovens que lotaram a Praia de Copacabana, local dos atos centrais da JMJ Rio 2013. Dados oficiais contabilizaram que o público presente à Missa de Envio chegou a 3,7 milhões de pessoas no domingo, 28, último dia do evento.
Passados cinco anos, o que ficou da JMJ? “Com certeza o primeiro fruto foi o aprendizado a mais do trabalho com a juventude e com as pessoas em geral”, afirma o bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Joel Portella Amado, que na época foi coordenador geral do Comitê Organizador Local (COL).
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O segundo fruto concreto elencado por Dom Joel são as vocações sacerdotais: segundo ele, aumentou, na arquidiocese de 2013 pra cá, o número de jovens buscando o sacerdócio. Ele também destacou o valor do voluntariado, do espírito de serviço que apareceu muito forte e ainda hoje se manifesta, além da maior aproximação com a juventude.
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De papamóvel, Papa Francisco percorreu ruas do Rio de Janeiro saudando fiéis na JMJ 2013 / Foto: Wesley Almeida / cancaonova.com
Além dos frutos para a juventude de forma geral, Dom Joel se recorda com saudosismo do trabalho conjunto realizado e dos laços de relacionamento criados por ocasião da organização do evento. “Eu lembro com saudade todo o trabalho do COL, todo o relacionamento, toda amizade que foi criada, a capacidade de superar dificuldades e transcender diferentes visões. (…) Construir a Jornada não foi apenas um trabalho concreto, foi também a construção de novas amizades, de relações, tendo, claro, Jesus Cristo como fundamento”, acrescentou Dom Joel.
O bispo mencionou um fato que lhe chama a atenção: domingo à noite, quando o avião do Papa levantou voo. “Ainda no aeroporto, nos olhamos e dissemos: ‘e agora? Acabou a Jornada’. É claro, teve toda a missão evangelizadora, mas o fato de estar junto, de construir uma Jornada com toda dificuldade que pode ter gera laços e ensina a viver o Evangelho”.
O olhar para a juventude na arquidiocese
Também entre os frutos que se pode atribuir à JMJ no Rio de Janeiro está o fato do evento ter animado a arquidiocese no trabalho com os jovens, acrescentou o bispo. Ele reconhece que a juventude tem um outro jeito de ver o mundo que nesses últimos anos foi se construindo a partir de realidades com as quais o modelo tradicional de fazer pastoral não está acostumado.
“A Jornada nos ensinou a lidar, por exemplo, com as diversas faces da juventude, maneiras diferentes de viver o mundo, de viver a fé e nós aprendemos que é necessário ter uma presença plural junto ao mundo plural, ainda mais junto aos jovens”.
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Peregrinos aguardando o Papa Francisco em Copacabana / Foto: Wesley Almeida / cancaonova.com
Evento comemorativo
Para recordar os cinco anos da JMJ no Rio de Janeiro, a arquidiocese preparou um evento para o dia 28 de julho. Segundo Dom Joel, o evento tem três propostas, em especial, sendo a primeira delas recordar e celebrar a Jornada que aconteceu no Rio.
“Queremos mais uma vez agradecer a Deus pelo dom da Jornada da Juventude. Para nós, ela foi mais que um acontecimento, mais que um trabalho, é um dom, um presente que nós recebemos. Como todo presente de Deus, vem como semente e a gente precisa fazê-la frutificar. A cada ano, lembrar a Jornada é lembrar o que ocorreu, o que foi vivido”.
A segunda proposta é motivar para a Jornada no Panamá. “Explicar como a arquidiocese do Rio está se preparando, a gente está trabalhando desde que foi anunciada [a JMJ no Panamá], já fomos três vezes ao Panamá, temos um contato muito próximo com o COL Panamá e vamos fazer um trabalho de apresentar e motivar”. Já a terceira proposta do evento comemorativo, segundo o bispo, é articular a juventude e estar próximo a ela.
Dom Joel estará na próxima JMJ. Ele já esteve no Panamá com a equipe conhecendo a realidade local e diz que o povo panamenho é muito próximo ao brasileiro, com uma capacidade de acolhimento muito grande. “Eu diria que vai ser uma jornada com um rosto sul-americano muito forte”, finalizou.