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Grupo de enfrentamento do Tráfico Humano discute realidade no país

Representantes destacam visão geral sobre o tráfico humano e o trabalho escravo no país

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O Grupo de Trabalho (GT) de Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB fez uma retrospectiva das atividades realizadas e discutiu a realidade do tráfico de pessoas e a do trabalho escravo hoje, no Brasil.

Cerca de 20 pessoas participaram da reunião do GT, nesta quarta-feira, 1º, na sede da entidade.

Na ocasião, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner destacou a importância do trabalho desenvolvido pelo grupo e enfatizou o apoio dado tanto pelo Ministério da Justiça como do Ministério Público.

“Quero manifestar a minha opinião que é a de darmos continuidade com esse grupo de trabalho, ele é fundamental, talvez até pudéssemos ampliar esse grupo de trabalho para um grupo de coordenação ou até mesmo uma Comissão”, disse.

O bispo ressaltou também a necessidade de a Igreja continuar ajudando os que sofrem com esse tipo de situação – a do tráfico. “Nós desejamos em nome do Evangelho continuar cuidando dessas filhas e desses filhos de Deus, é uma obrigação nossa, é uma obra de misericórdia”, sublinhou.

Chaga social

O bispo de Ipameri (GO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz, Dom Guilherme Werlang, destacou o serviço da CNBB em favor das vítimas do tráfico humano. Para ele, essa preocupação por parte da Conferência já vem de muito tempo.

“A CNBB está reunida novamente por meio de um grupo de trabalho que surgiu da Campanha da Fraternidade sobre o tema. Estamos aqui avaliando o que efetivamente já foi feito, quais os passos realizados, mas também estamos atualizando os dados e olhando como está essa situação em nosso país, hoje”, afirmou.

O bispo fez ainda um apelo. “Queremos discutir, queremos levar ao povo brasileiro para que finalmente acordem para essa realidade. Nós precisamos, como Igreja, fazer com que a sociedade tome consciência dessa chaga social que ainda está aberta como uma ferida, que quase é incurável na nossa sociedade”, acrescentou.

Trabalho Escravo

Na reunião, o grupo também refletiu sobre a situação do trabalho escravo no país. O bispo de Balsas (MA) e referencial do GT, Dom Enemésio Ângelo Lazzaris, lembrou que em 2015 houve poucos casos registrados – de pessoas encontradas em situação análoga a de trabalho escravo.

“Não é por causa desses números que o problema não exista, que não esteja presente. Nota-se a crescente presença de trabalho escravo no campo e nas cidades, e não podemos esquecer também do trabalho infantil”, ressaltou.

O bispo cobrou ainda uma maior atuação por parte do Estado. “Falta um monitoramento, falta uma presença, falta uma ação mais incisiva e agentes do governo para registrar esses casos e poder concretizá-los, porque nós do grupo já verificamos essa situação, mas não temos condição de fazer o flagrante ou de autuar”, enfatizou.

O GT de Enfrentamento ao Tráfico Humano é formado por representantes de diversas pastorais, como a da Juventude, Migrante, Mulher Marginalizada, Menor e Afro, bem como por membros da CNBB, da Conferência dos Religiosos do Brasil e da Comissão Pastoral da Terra.

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