Tradição

Festas juninas brasileiras: conheça a origem e sua religiosidade

As festas juninas tomam conta de muitas cidades brasileiras neste mês de junho e acontecem em torno da devoção aos santos muito populares como Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo.

Nesta quarta-feira, 13, quando a Igreja Católica celebra Santo Antônio, o franciscano de Pádua, o frade capuchinho e bispo de Campina Grande (Paraíba), Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, explica como surgiram as festas juninas e como os católicos devem celebrá-las.

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Segundo o bispo, a relação destas festas com os santos católicos está no simples fato de coincidirem com o mês em que são celebrados no calendário litúrgico. A origem das festividades juninas vem da tradição portuguesa que, com a colonização, entraram no Brasil e assumiram um caráter popular. “A origem da festa é a devoção aos santos celebrados no mês de junho e foram ganhando popularidade com toda essa riqueza cultural do nosso nordeste”, disse Dom Delson.

A “Dança da quadrilha” é também uma herança de Portugal. De acordo com Dom Delson, os portugueses aprenderam a dança com os franceses e o Brasil foi adaptando com a música nordestina.

As comidas típicas têm sua razão na estação do inverno. “Porque no inverno é o tempo de muito milho, então todas as comidas derivadas do milho são abundantes neste mês de junho; a canjica, o milho verde, a pamonha, e todos esses doces derivados do milho”.

Para Dom Delson, a beleza destas festas está no exercício da partilha. O bispo recorda como isso já era comum no interior nordestino deste muito tempo. “Lembro-me quando era menino na Bahia, o São João, além da fogueira, dos fogos e muita comida, as famílias iam de casa em casa na noite da véspera de São João para partilhar as coisas que cada família preparava. Então tinha essa partilha; as pessoas recebiam os vizinhos em casa e ofereciam aquilo que tinha preparado. Isso com muita música e muito forró”.

A religiosidade das festas juninas

Na opinião de Dom Delson, a religiosidade nas festas juninas é tão forte quanto no início, mas é preciso resgatar cada vez mais sua principal motivação. "Vamos falar da vida dos santos e do testemunho que eles deram. Esse eu creio que é o trabalho evangelizador da Igreja. Não devemos excluir uma coisa da outra, mas procurar dar esse sentido forte do Evangelho”.

Perguntado sobre um possível esvaziamento espiritual nestes eventos, o bispo disse não acreditar que a religiosidade tenha se perdido, mas enriqueceu. "Porque independentemente da Igreja organizar as suas festas, elas acontecem de forma popular em toda parte”.

Dom Delson acredita que as festas juninas fazem muito bem e todos devem participar. “É uma festa de partilha, de família e de comunidade".

O bispo ainda reforçou que a grande festa que acontece no nordeste tem sua raiz na religião. Portanto, sugeriu que elas sejam um momento social sem os excessos e sem a contaminação das maldades do mundo. “Se conseguirmos preservar esse ambiente bonito de família, puro, a festa, em si é maravilhosa ”, afirmou.

Santo Antônio é um dos grandes motivadores das festas juninas em todo o Brasil. Inúmeras paróquias e comunidades o têm como padroeiro. A devoção ao santo franciscano chegou ao Brasil por meio dos portugueses, que também cultivam por ele especial respeito.

 

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