Jogos em família, tabuleiros e brincadeiras em grupo são alternativas para aproveitar bem as férias escolares
Thiago Coutinho
Da redação
As férias de fim de ano tiram as crianças daquela rotina diária de ir à escola, estudar para as provas e fazer a lição de casa. É um momento aguardado por elas, mas complicado para os pais, que ainda têm que manter a rotina do emprego e cuidar do tempo ocioso dos filhos em casa.
Segundo a psicopedagoga Andreia Carvalho, os pais que não podem cuidar das crianças o dia todo, seja por conta do trabalho ou outra responsabilidade, podem recorrer a algum parente próximo ou uma pessoa de confiança que possa entreter os pequenos por um tempo. “Algumas famílias até organizam isto, ou esses pais tiram alguns dias de folga pra ficar com as crianças ou procuraram alguém de confiança para acompanhá-los durante as férias”, explica.
Outro item importante é organizar o dia a dia dos filhos. Férias não precisam ser horas e horas de ociosidade. “É organizar a rotina da criança, elas não precisam ficar o dia todo sem fazer nada ou fazendo bagunça”, afirma a médica.
É difícil para os pais competirem com a tecnologia: muitas vezes, as crianças preferem ficar ligadas na tela da tevê ou no celular. O ideal, de acordo com Andreia, é trazer de volta brincadeiras que envolvam a família, como jogos de tabuleiro. “Tudo isso tem um valor pedagógico, porque envolve toda a família e propõe conceitos importantes como perder e ganhar”, acrescenta.
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Jupira Martiniano, mãe de três meninas de 5, 7 e 12 anos, respectivamente, já tem algo preparado para as férias das filhas. Para começar, diminuirá a jornada de trabalho nas próximas semanas. “Ficarei por conta das crianças. Vamos a clubes, fazer piqueniques, andar de bicicleta, vamos à casa de amigos. Adoro fazer brincadeiras com elas, compro pipas para empinar com elas, brincadeiras com argilas. Costumo fazer essas brincadeiras que, no dia a dia, são mais difíceis de fazer”, disse Jupira.
A psicopedagoga Andreia recomenda ainda que a rotina do dia a dia tem que ser organizada. “As regras têm que continuar”, alerta a médica. “Não é porque está de férias que tudo tem que ficar bagunçado. Tem que se respeitar horário, mesmo que deixe dormir ou acordar um pouco mais tarde. Mas tem que se continuar com uma certa rotina”, avisa.
Punições, não
Algumas crianças acabam não tendo um desempenho escolar a contento ao longo do ano. A princípio, puni-las nas férias seria uma maneira de mostrar que não estudar traz consequências. A psicopedagoga, porém, discorda. “Tem que se punir durante o período escolar. Nas férias, é algo exagerado. Se os pais acompanham esta criança durante todo o período escolar, conseguirá saber as dificuldades que está enfrentando”, adverte Andreia.
Punir a criança posteriormente não é a solução, ensina a psicopedagoga. “Sou contra punir nas férias, não é a melhor saída. Tem que se acompanhar ao longo do ano”, afirma.