Em Aracaju, nossa equipe aproveitou o início de primavera para falar de um assunto interessante: os cuidados com o reaproveitamento da água da chuva.
Reportagem de Silas Santos e Sidiclei Sales.
Quem nunca tomou aquele banho de chuva ou simplesmente usou a água vinda do céu para alguma coisa? “Eu colocava no vaso sanitário, lavava prato, no banheiro, o que eu pudesse fazer com essa água da chuva, eu fazia”, disse a cidadã. “A gente usava muita para até para tomar banho, para beber, para cozinhar”, falou o cidadão.
“A chuva, ela tem um papel fundamental, assim como a água, recursos hídricos no desenvolvimento de qualquer atividade humana, na sustentabilidade, na que as comunidades possam desenvolver suas atividades econômicas, a indústria possa produzir, né, a agricultura também possa gerar os alimentos. Então a chuva ela é fundamental”, contou o secretário executivo de Estado do Meio Ambiente(SE), Samir Souza.
Formada pelo processo de evaporação, condensação e precipitação, a água de aparência limpa pode conter substâncias e elementos capazes de causar problemas à saúde. Em Sergipe, o Laboratório de Microbiologia do Instituto Tecnológico e de Pesquisas, ITPS, é o responsável pelos pedidos de análises das águas oriundas da chuva, armazenadas em cisternas ou que são utilizadas para outros fins.
“Nem tudo que está dissolvido ali na água pode ser observado a olho nu. Água quando ela desce, quando ela precipita, ela vai carregando desse espaço micropartículas diversas. E aí ela vai trazendo com ela até chegar ao solo substâncias químicas dissolvidas, micropartículas como folígens, gases tóxicos como monóxido de nitrogênio, dióxido de enxofre”, explicou a professora doutora em microbiologia do ITPS, Rejane Batista.
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a água da chuva não deve ser utilizada diretamente. A depender da finalidade, principalmente se for para o consumo humano, é necessário que essa água passe por um tratamento antes de ser utilizada.
“Tratamento térmico, que é ferver a água por entre 5 a 10 minutos, pra gente garantir que houve, uma desinfecção ou liberação de substâncias voláteis, por exemplo. Uma outra ação que pode ser feita, filtragem. Dentre as ações de desinfecção, uma muito simples é pingar duas gotinhas de água sanitária, o hipoclorito, para cada 1 L de água da chuva e aí deixar lá descansar para depois consumir”, reforçou ela.
Sobre o banho na chuva até pode acontecer, porém logo após é bom tomar alguns cuidados. “Remover a roupa molhada, se possível, se lavar com sabão, se enxugar direitinho e depois se agasalhar”, concluiu a doutora.