Migração

Em BH, Arquidiocese e Cáritas organizam Semana do Migrante

Evento termina neste sábado, 30, e promoveu a aproximação entre fiéis mineiros e a realidade dos refugiados acolhidos pela Arquidiocese

A Semana do Migrante de BH aconteceu de 24 a 30 de junho / Foto: Arquidiocese BH

Thiago Coutinho
Da redação

A Arquidiocese de Belo Horizonte organizou, de 24 a 30 de junho, a 33ª Semana do Migrante, que contou com a participação da Cáritas Brasil. O tema proposto para este ano pela Igreja Católica foi “A vida é feita de encontros”. A ideia do projeto é possibilitar a aproximação dos fiéis junto à realidade dos migrantes e refugiados que foram acolhidos em Belo Horizonte e nas cidades vizinhas.

“O envolvimento da Cáritas se deu por meio de uma campanha mundial que foi lançada pelo Papa Francisco, chamada ‘Compartilhe a Viagem’, uma campanha mundial da Cáritas, que é voltada para este tema da migração e do refúgio”, disse Ellerson da Silva, assessor técnico da Cáritas em Minas Gerais.

Todas os eventos da Semana do Migrante, segundo Ellerson, são organizados pelo Serviço Pastoral ao Migrante, ligado ao setor de mobilidade urbana da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outros organismos.

Somente o estado de Minas Gerais, segundo pesquisas realizadas entre 2010 e 2011, recebeu 3 mil haitianos ― que representam a maior parte dos migrantes. Em 2015, segundo o governo de Minas Gerias, esse número já havia alcançado a marca de 5 mil haitianos. Congoleses, peruanos e colombianos também se encontram no estado.

“As rotas de migração sempre culminavam em São Paulo e Rio de Janeiro”, explicou Ellerson. “Belo Horizonte e sua região metropolitana, bem como todo o estado de Minas Gerais, nunca foram o primeiro destino dessas pessoas. Mas, em 2011 [quando houve o tsunami no Haiti], começaram a chegar muitos haitianos. E eles sempre procuraram os serviços de abrigo da cidade. Foi então que a Arquidiocese de Belo Horizonte e a Cáritas se jutaram e começaram a pensar no que fazer”, reiterou.

Um grupo de jesuítas e leigos também resolveu prestar auxílio a estes migrantes e fundou o Centro Zanmi, que entre os haitianos significa “amigo”. Estes voluntários os ajudavam a se integrarem a esta nova realidade no estado mineiro.

Este centro hoje, porém, atende por outro nome. Trata-se do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR). “Quando nos organizamos para pensar uma ação voltada para os imigrantes, vendo um pouco da experiência de São Paulo, vendo o que acontecia no Rio de Janeiro e em outras localidades, decidimos não abrir outro serviço, para não ficar uma concorrência de entidades, como acontece em outros estados”, detalhou Ellerson.

A fim de amparar essas pessoas, todos esses serviços de auxílio aos imigrantes conta com aulas de Língua Portuguesa, regularização dos documentos para que possam informar às autoridades que necessitam de refúgio, distribuição de roupa e até assessoria de psicológica.

No ano de 2016 e 2017, O SJMR realizou cerca de 13 mil atendimentos ― média de 6.500 por ano. Em 2018, de janeiro até maio, 1700 pessoas foram atendidas.

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