Papa proclamou outubro de 2019 como Mês Missionário Extraordinário; diretor das POM no Brasil comenta a decisão
Julia Beck
Da redação
“É o que o Papa Francisco quer, uma Igreja em saída, uma Igreja que não fica só no templo, ou só em sua comodidade, mas uma Igreja que vai ao encontro da sociedade”. A declaração é do diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM) no Brasil, padre Maurício da Silva Jardim, que comentou a proclamação, pelo Papa Francisco, de outubro de 2019 como mês missionário extraordinário.
O ato do Papa, segundo o sacerdote da arquidiocese de Porto Alegre (RS), foi um pedido da Congregação para Evangelização dos Povos em 2016, atendida neste ano de 2017 por Francisco. O Santo Padre já havia anunciado essa intenção durante o encontro anual da POM em 13 de junho de 2017.
O anúncio, motivado por ocasião do centenário da promulgação da carta apostólica “Maximum illud”, sobre a atividade desenvolvida pelos missionários no mundo, escrita pelo Papa Bento XV, tem sua dimensão profética constantemente relembrada por Francisco. “É um tema de muita atualidade, porque a missão ad gentes, a missão aos povos, em outros territórios, significa que é uma missão que está no coração da Igreja. O Papa chega a chamar de missão paradigmática, ou seja, aquilo que é a essência, a natureza de toda a atividade da Igreja, que é missionária por sua identidade”, afirmou o diretor das POM.
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“A importância principal desta convocação do Papa é para refletir e dar um novo dinamismo à missão ad gentes, que é a missão que não tem fronteiras, de impulsionar para que a Igreja cada vez mais saia do seu território e da sua zona geográfica, e vá em direção a outros povos e culturas para contribuir para a missão que é universal, que é a essência de toda Igreja, a natureza missionária”, enfatizou padre Maurício.
Os preparativos desse mês extraordinário estão sob responsabilidade da Congregação para Evangelização dos Povos. “As Igrejas particulares e as Conferências Episcopais serão envolvidas em publicações e eventos que acontecerão mundialmente”, comentou.
Outubro de 2019 será não só o mês missionário extraordinário, mas também o mês do Sínodo Pan-Amazônico, que será realizado no Vaticano. O fato de dois grandes eventos acontecerem no mesmo mês revela, segundo padre Maurício, a grandiosidade da época, e os esforços do Papa ao concentrar duas importantes ações da Igreja.
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Pontifícias Obras Missionárias e a sociedade atual
Há 1 ano e meio ocupando o cargo de diretor executivo das POM no Brasil, após nomeação da Congregação para Evangelização dos Povos no Vaticano, padre Maurício da Silva Jardim integra o grupo de 135 diretores da instituição que tem sedes espalhadas pelo mundo inteiro. No Brasil, a obra, que fica localizada em Brasília, é focada em ações voltadas para a infância, juventude, família, idosos, enfermos e seminaristas.
“Na missão todos podem contribuir, seja rezando, partilhando materialmente ou se dedicando a uma atividade missionária. Os enfermos que estão nos hospitais ou em casa, por exemplo, podem também ajudar nas missões, com suas orações” afirmou o sacerdote.
Sobre a formação missionária dos seminaristas, realizada por conselhos missionários, padre Maurício afirma ser uma forma de ajudar na reflexão missionária para formar futuros presbíteros missionários, que segundo ele é um sonho do Papa Francisco, consolidar uma Igreja toda missionária.
Composta por um grupo de padres e irmãs, integrantes de uma assessoria e prestação de serviços às igrejas no Brasil, com o apoio de uma rede de voluntários e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a POM é hoje focada em organizar anualmente, no mês de outubro, o mês missionário nacional.
Para padre Maurício, a missão é uma oportunidade de ir ao encontro e ouvir a sociedade, o que é vivenciado, sofrido, passado, para a Igreja se tornar mais próxima em uma verdadeira cultura do encontro.
“Na medida em que a Igreja sai, ela se enriquece e se converte. A própria dinâmica da Igreja ajuda nesse caminho da conversão. É uma grande contribuição à sociedade, uma mobilização para encontrar pessoas e curar feridas (…) em uma sociedade secularizada, comunicando a alegria do Evangelho, esperança e o amor de Cristo” finalizou o sacerdote.
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