Conheça jovens católicos que utilizam das redes sociais para anunciar o Evangelho
Ronnaldh Oliveira
Da redação

O jovem educomunicador, William Vieira /Foto: Arquivo pessoal – Willian Vieira
Nesta quinta-feira, 5, o Brasil celebra o Dia Nacional das Comunicações. A data é uma homenagem ao nascimento, em 1865, do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, patrono das comunicações no país.
Rondon foi o responsável pela criação e implementação de linhas telegráficas, fazendo integrações do sudeste ao centro-oeste do Brasil. O Marechal viveu historicamente na época em que os meios de comunicação mais populares eram os telégrafos elétricos. Por sua ousadia tornou-se referencial comunicativo em todo o território nacional.
O tempo passou e a comunicação avançou, o legado foi deixado e aprimorado. Hoje não há mais telégrafo, mas há smarthphones, computadores, linguagem oral, escrita e digital.
Comunicação na Igreja
A Igreja tem sido cada vez mais presente nos espaços digitais e, de forma significativa, tem cumprido sua missão de ser sinal e portadora do amor de Deus aos cristãos.
Desde o Concílio Vaticano II, com o lançamento do documento Inter-Mirífica, as comunidades eclesiais têm sido cada vez mais presentes nos meios de comunicação.
O diácono, Denilson Bezerra, sdb, e o jovem educomunicador, William Vieira, estão inseridos nestes meios e utilizam deles para evangelizar.
O primeiro, da província salesiana de Mato Grosso do Sul, influenciador digital, utiliza-se das redes Instagram e Tik-Tok para propagar os ensinamentos de Jesus.
O segundo é educador da Obra Social São Luís, localizada em Lorena (SP). A partir dos valores evangélicos, Vieira ministra aulas educomunicativas para jovens em estado de vulnerabilidade.
Ambos têm consciência que são construtores de opiniões nestes tempos.
Trabalho nas redes

O Diácono interage com diversos públicos, de forma lúdica e bem humorada, sem deixar de lado a responsabilidade de ser Igreja – Foto: Reprodução Instagram
“Sou religioso desde 2014, quando fiz os primeiros votos como filho de Dom Bosco. Fazem dois anos que trabalho diretamente nas redes sociais”, conta Bezerra.
Segundo o diácono, com as rápidas mutações destes espaços, a presença religiosa é um desafio constante.
“Nossa presença sem sombra de dúvidas deve ser um diferencial para todos que nos contatam. Coloco-me sendo sinal de amor, de testemunho e procuro tocar os corações. Dizer com a vida que vale a pena ser de Deus!” afirma.
Vieira reflete que a comunicação vai muito além dos meios digitais. “A sensação que tenho, sendo um educador de comunicação, é de promover diálogos, propor interações e, principalmente, desenvolver conhecimento”.
“O ato de comunicar une partes, sendo este o objetivo principal, inserir os educandos na sociedade, seja através dos meios digitais ou das relações interpessoais”, comenta.
A comunicação para a verdade
De forma descontraída e pedagógica, Bezerra insere aqueles que o acompanham nas redes sociais, nas realidades sacramentais.
“As pessoas não esperam qualquer coisa de nós. Esperam encontrar Deus que é presente na nossa vida de entrega radical. Percebo que a evangelização se dá quando nós interlocutores somos genuínos e autênticos. Sem criar estereótipos, personagens e máscaras. Independente de ser no digital ou no presencial, as pessoas têm sede da verdade.”
William entende que um dos objetivos da educomunicação é estreitar e alinhar as relações humanas e de aprendizagem.
“Nesse processo, damos vez ao protagonismo do jovem, à sua criatividade e relevância social, uma vez que eles se sentem pertencentes, os mesmos entendem a sua colaboração na sociedade. A partir desse momento, você cria no educando a consciência de que suas atitudes refletem em algo e que elas precisam ser de grande importância para a comunidade, prezando pela verdade. Através da formação da consciência, combatemos as fake news tão sublinhadas hoje”.
O salesiano comenta que o foco não é ganhar seguidores para si, mas fiéis para Deus.
“Somos apenas pontes para algo maior. Jesus sem sombra de dúvidas foi um dos primeiros influenciadores, quando disse ‘vem e segue-me’ e propôs um projeto. A Igreja não está solta nas redes. Está de forma responsável, contribuindo por meio das tecnologias, com formação e evangelização, sem achismos e inseguranças. Deus está em todos os lugares, inclusive nos continentes digitais. Somos continuadores deste projeto de Jesus”, disse.