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Covid-19: Ser presença amorosa com quem sofreu perdas, indica bispo

Bispo referencial da Pastoral da Saúde destaca que, diante de tantos óbitos causados pela Covid-19, é hora de ser presença amorosa com os que sofreram perdas

Da redação, com CNBB

“Esse não é o momento de pensar em coisas institucionais, operacionais, mas de ser presença amorosa, compassiva, de ternura com as pessoas que sofreram perdas”, afirma Dom Roberto / Foto: Ulrike Mai – Pixabay

A pandemia da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), continua acelerando no mundo com números que se aproximam dos 9 milhões de casos, segundo informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira, 23. Em apenas 24 horas, foram confirmados 152.325 novas infecções e o número total de mortos chega a 469.587.

No Brasil, conforme última atualização do Ministério da Saúde divulgada nesta terça-feira, 23, registrou-se 1.374 novas mortes por Covid-19 em 24 horas. Com esses números, o país chegou a 52.645 óbitos em função da pandemia.

Sobre esse aumento dos casos e principalmente dos óbitos, o bispo de Campos (RJ) e referencial da Pastoral da Saúde, Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, enfatiza que é hora de ser presença amorosa com as pessoas que sofreram perdas.

“Eu acredito que os números, claro, têm toda essa pedagogia da prevenção, mas eles começam a ter impacto quando a gente perde um familiar, quando é tocado na carne pela navalha da morte”, comentou o bispo.

Segundo Dom Roberto, é importante ter compaixão e delicadeza para com os familiares que perderam seus entes queridos pela Covid-19. “Temos que mostrar que estamos com eles, que estamos acompanhando, porque o luto é difícil, sobretudo porque já começa com a dificuldade do enterro, que é marcado por uma série de questões razoáveis de distanciamento e que não deixa os familiares manifestarem o ritual da separação, o ritual de entregar nas mãos de Deus do querido familiar, então ficam muitos sentimentos contidos, não extravasados e a falta de solidariedade também visível, presente”, argumenta.

Dom Ferrería comentou que, por meio da Pastoral da Esperança, ele tem recebido, diariamente, uma lista de pessoas que estão depressivas com as perdas; estão apreensivas em relação às cirurgias ou também em quarentena. “Eu ligo para elas, trato de escutá-las e trato de mostrar o que o Papa fala de dar ‘o abraço da esperança’. Sempre uma presença amiga é esperança e nos ajuda a compartilhar a dor”, salienta.

Ainda, de acordo com ele, esse não é o momento de pensar em coisas institucionais, operacionais, mas de ser presença amorosa, compassiva, de ternura com as pessoas que sofreram perdas.

“É muito difícil, claro, estimar o quanto elas estão sofrendo, por isso temos que ser o bálsamo, temos que ser o rosto de Maria; Maria que repara, que enxuga as lágrimas, a nossa querida Mãe. É o momento da maternidade espiritual e consoladora para quem perdeu um familiar. Vamos continuar mostrando o rosto de uma Igreja mãe, solidária e que enxuga as lágrimas de todas as pessoas, em especial dos pobres”, finalizou Dom Roberto.

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