Evento com irmãs scalabrinianas discute ações apostólicas para dar respostas eficientes em tempos de migração em massa
Da Redação, com CNBB*
Cerca de 40 religiosas da Congregação das Irmãs Scalabrinianas estão reunidas a partir desta segunda-feira, 29, até sábado, 3, em Jundiaí (SP), para analisar e avaliar suas ações apostólicas em vista de respostas mais eficientes e eficazes em tempos de migração mundial em massa. O grupo fará reflexões sobre temas ligados à sua atuação no trabalho junto aos migrantes e refugiados.
De acordo com a animadora do trabalho missionário junto aos migrantes pela Província de São Paulo e uma das responsáveis pelo evento, irmã Janete Ferreira, a Congregação das Missionárias de São Carlos, inspiradas pelo fundador, João Batista Scalabrini, tem como tarefa principal defender a causa dos imigrantes e refugiados, preferencialmente os mais pobres e em situação de vulnerabilidade. “Esse trabalho se concretiza por meio da Pastoral dos Migrantes, em diferentes formas, num empenho comum de evangelização profética”.
Entre os temas a serem abordados no evento, estão “Migrações Internacionais e refúgio: desafios recentes”; “Integração dos migrantes na comunidade de acolhida”; “Incidência e trabalho em rede em defesa dos Direitos Humanos”; e “O migrante como lugar teológico da missão scalabriniana”.
Membro do Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios (CSEM) e diretor da Revista de Mobilidade Humana (REMHU), o professor Roberto Marinucci destaca o desafio diante da dramática situação de milhões de seres humanos que fogem de conflitos bélicos, violações generalizadas de direitos humanos e condições degradantes de vida.
“É fundamental ter plena consciência das causas planetárias e locais, coletivas e individuais, que estão na origem desses acontecimentos, a fim de desencadear respostas sociopastorais eficazes e coerentes, com vistas à construção de um mundo mais justo e humano, onde ninguém é estrangeiro”.
Migrações atuais no Brasil
De acordo com informações da Congregação, o Brasil tem sido “porto seguro” de milhares de haitianos que deixaram seu lugar de origem, principalmente por causa do terremoto de 2010 que assolou o país. O país também acolhe sírios, por causa das guerras, e pessoas de países da África e Ásia por conflitos políticos e civis.
Segundo o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), o Brasil possui atualmente, com os dados de abril de 2016, 8.863 refugiados reconhecidos, de 79 nacionalidades distintas. A contagem é de que 28,2% deles são mulheres. Os principais grupos são compostos por nacionais da Síria (2.298), Angola (1.420), Colômbia (1.100), República Democrática do Congo (968) e Palestina (376).
Outra realidade presente na conjuntura migratória e no trabalho pastoral desenvolvido pelas missionárias scalabrinianas são os conflitos marcados pelo pré-conceito, a xenofobia, as condições de vida precária, o desemprego, o tráfico de pessoas.
Durante a semana de reflexões, também haverá visita à missão Scalabriniana, em São Paulo (SP), encontro com as Irmãs da missão e com os migrantes, além de momento cultural com grupos de migrantes.
*Com informações da Congregação das Saclabrinianas