O Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) emitiu uma nota sobre os incêndios que ocorrem na Amazônia
Da redação
O Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) publicou, nesta quinta-feira, 22, uma carta em que repudia os incêndios que ocorrem na Amazônia. Citam não apenas a região, mas também Alasca, Groenlândia, Sibéria, Ilhas Canárias.
Os bispos recordam a proximidade do Sínodo da Amazônia, convocado pelo Papa Francisco para outubro próximo, oportunidade em que o Santo Padre discutirá a realidade do meio ambiente, bem como a ação da Igreja na região, entre outros temas.
Confira, a seguir, a nota na íntegra assinada pela presidência do CELAM:
NÓS LEVAMOS A VOZ PARA A AMAZÔNIA
Conscientes dos terríveis incêndios que consomem grandes porções da flora e vida selvagem no Alasca, Groenlândia, Sibéria, Ilhas Canárias, e particularmente na Amazônia, nós, bispos da América Latina e do Caribe, queremos expressar nossa preocupação com a gravidade desta tragédia que não é apenas de impacto local, nem mesmo regional, mas de proporções planetárias.
A esperança pela proximidade do Sínodo Amazônico, convocada pelo Papa Francisco, está manchada pela dor dessa tragédia natural. Aos irmãos povos indígenas que habitam este amado território, expressamos todas a nossa proximidade e nos unimos às suas vozes ao seu para gritar ao mundo para a solidariedade e preste atenção para acabar com esta devastação.
O Instrumento de Trabalho do Sínodo já adverte profeticamente: “Na Floresta Amazônica, de vital importância para o planeta, uma crise profunda foi desencadeada por causa de intervenção humana prolongada, em que predomina uma ‘cultura de descarte’ (LS 16) e uma mentalidade extrativista. A Amazônia é uma região com rica biodiversidade, é multiétnica, multicultural e multirreligiosa, um espelho de todos humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, dos Estados e da Igreja. Essa realidade excede o escopo Amazônia estritamente eclesiástica, porque se concentra na Igreja universal e também no futuro de todo o planeta” (Instrumentum laboris para o Sínodo da Amazônia, preâmbulo).
É urgente que os governos dos países amazônicos, especialmente o Brasil e Bolívia, as Nações Unidas e a Comunidade Internacional adotem medidas sérias para salvar o pulmão do mundo. O que acontece com a Amazônia não é apenas um assunto local mas de alcance global. Se a Amazônia sofre, o mundo sofre.
Lembrando as palavras do Papa Francisco, gostaríamos de “pedir, por favor, a todos os que ocupam posições de responsabilidade no campo econômico, político e social, todos os homens e mulheres de boa vontade: [que] sejamos guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiães do outro, do meio ambiente; não deixemos que os sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo” (Homilia do início do ministério Petrino, 19 de março de 2013).