Em nota

CNBB denuncia perseguição e morte de índios

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresentou no final da coletiva de imprensa nesta terça-feira, 24, uma nota em defesa dos territórios e dos direitos dos povos indígenas, quilombolas, pescadores artesanais e demais populações tradicionais.

Nesta nota, os bispos brasileiros “lamentam profundamente o adiamento dos procedimentos administrativos de demarcação, invasão e a exploração das terras dos povos tradicionais”. A nota chama a atenção para as “condições de confinamento e os assassinatos que vitimam o povo Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul”.

Segundo os bispos, trata-se de um “verdadeiro genocídio” que mancha a imagem do Brasil como país que defende os direitos humanos.

“Repudiamos, de modo veemente, o ataque desferido pela bancada ruralista e outros segmentos do Congresso Nacional aos direitos dos povos indígenas, consignados em nossa Carta Magna, através de proposta de emenda constitucional, a PEC 215/2000”, diz a nota.

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.: NA ÍNTEGRA: Nota da CNBB em defesa de índios e quilombolas

Para o presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dom Enemézio Lazzaris, as grandes obras como as construções de hidrelétricas e de mineração causam grandes impactos nessas comunidades, expulsando-as de seus territórios.

“O território é mais que a terra propriamente, é uma relação que se constrói com o lugar onde se vive, onde viveram seus ancestrais, onde se cresceu e onde se formam famílias”, enfatiza Dom Lazzaris.

O presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, Dom Cláudio Hummes salienta ainda que a Amazônia tem um papel específico no contexto mundial, assim a população local deveria ser a primeira ouvida nas questões que vão atingi-la primeiramente.

“Eles deveriam poder decidir o que é importante para eles. Normalmente eles são invadidos, atropelados”, ressalta Dom Cláudio.


Desafios missionários na Amazônia

A Igreja Católica na Amazônia já dá os frutos dos anos de ações missionárias. Para Dom Cláudio, o desafio agora é formar um clero com a cara da amazônia, com um rosto indígena.

“Já temos padres índios, mas a maioria do clero é de fora. O desafio é formar um clero local, novos seminaristas e padres que venham também a ser bispos”, afirma o  presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia.

Defesa dos povos quilombolas

Em relação às comunidades quilombolas, para o episcopado brasileiro, o que preocupa é a morosidade no reconhecimento de seus territórios. “Rejeitamos a sórdida estratégia de questionar a constitucionalidade do processo de titulação de suas terras, de modo a impedir trâmites legais que atendam aos seus legítimos anseios”, afirmam em nota.

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