NATAL DO SENHOR

“Noite de luz”: frade franciscano explica significado da Missa do Galo

Assessor da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, Frei Luís Felipe destaca elementos presentes na celebração do Natal do Senhor

Julia Beck, com colaboração de Gabriel Fontana
Da Redação

Foto: ian borg via Unsplash

Após uma jornada de preparação durante o Tempo do Advento, fiéis católicos do mundo inteiro irão comemorar o nascimento de Jesus, o Salvador. A Solenidade do Natal do Senhor é celebrada no dia 25 de dezembro, mas a liturgia da Igreja para esta data inicia-se na véspera, comemorada nesta terça-feira, 24.

Frei Luís Felipe (OFMConv.) / Foto: Arquivo pessoal

Segundo o assessor da Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Frei Luís Felipe (OFMConv.), a celebração do Natal é a mais sagrada depois da Páscoa. A comemoração do nascimento do Menino Jesus, explica, começa com as Primeiras Vésperas de Natal e termina no domingo seguinte à Epifania.

O franciscano pontua que os primeiros testemunhos da celebração do Natal remontam a meados do século IV, e a data de 25 de dezembro como o dia do nascimento de Cristo é encontrado no calendário litúrgico romano de 354. Olhando para o Missal Romano, percebe-se que são previstas quatro celebrações eucarísticas:

  • Na tarde do dia 24 de dezembro, celebra-se a Missa vespertina;
  • Na noite do dia 24 de dezembro, em geral à meia-noite, celebra-se a primeira Missa do Natal do Senhor, conhecida como Missa do Galo;
  • Ao alvorecer do dia 25 de dezembro, celebra-se a segunda Missa do Natal, a Missa da Aurora;
  • Durante o “dia” de Natal, em 25 de dezembro, celebra-se a terceira Missa da festividade.

Cada uma dessas quatro Missas tem leituras e orações próprias, assinala Frei Luís Felipe. Além disso, a Solenidade do Natal prolonga sua celebração por oito dias contínuos, conhecidos como Oitava do Natal.

A Missa do Galo

O assessor destaca que a primeira Missa do Natal é conhecida como “Missa do Galo” porque este animal é marcado historicamente por anunciar a chegada de um novo dia. “Para o cristianismo, o nascimento de Jesus marcou a chegada de um novo tempo: Deus Se encarnou, como um ser humano, para fazer da nossa história humana uma história de salvação”, salienta o franciscano.

Ele acrescenta que “o início noturno das celebrações, relacionado com os dados evangélicos, permite-nos recordar que Deus ‘iluminou esta noite santíssima com o esplendor de Cristo, verdadeira luz do mundo’. (…) O Natal é, portanto, uma ‘noite de luz’, que deve ser celebrada com ‘alegria devota’, ‘louvor unânime’ e ‘renovado fervor’”.

Frei Luís Felipe frisa que a Missa da Noite de Natal é uma das celebrações mais alegres e festivas que existem na Igreja, marcada, de modo particular, pela poesia, simplicidade e beleza. “O anúncio do Natal nos enche de esperança, o ‘Glória’ ilumina essa noite e nos une aos coros angélicos, o toque festivo dos sinos celebram a alegria pelo nascimento do Senhor, as leituras das Palavra de Deus e as orações do Missal recordam a potência e o sentido desta noite luminosa”, expressa.

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