QUARTA DE CINZAS

"A nossa vida é um sopro", afirma o Papa Francisco

Celebrando a Santa Missa com Imposição das Cinzas, o Santo Padre falou sobre a efemeridade da vida humana e da importância deste período quaresmal

Da redação

Papa Francisco durante a missa da Quarta-feira de Cinzas na Basílica de Santa Sabina / Foto: Remo Casilli – Reuters

A tradicional Procissão Penitencial, junto à Santa Missa com Imposição das Cinzas foi celebrada pelo Papa Francisco nesta quarta-feira, 14, na Basílica de Santa Sabina.

“Somos pó”, disse o Santo Padre durante a homilia da Santa Missa. “A nossa vida é como um sopro, mas o Senhor — Ele, e só Ele — não deixa que ela desapareça; recolhe e plasma o pó que somos, para que não acabe disperso pelos ventos impetuosos da vida nem se dissolva no abismo da morte”, ponderou em seguida.

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O Sucessor de Pedro também salientou que as cinzas postam sobre a cabeça sugerem que os fiéis possam redescobrir o segredo da vida. Não é necessário, segundo as palavras de Francisco, que os homens escondam o coração com máscaras e aparências e, assim, emitir uma luz artificial. “[Assim] permanecerás árido e vazio”, lamentou. “Pelo contrário, quando tiveres a coragem de inclinar a cabeça para te olhares intimamente, então poderás descobrir a presença dum Deus que desde sempre te amou; finalmente despedaçar-se-ão as couraças de que te revestiste e poderás sentir-te amado com amor eterno”, emendou.

Uma vida sem fim

Seguindo a celebração, o Pontífice refletiu sobre a eternidade prometida à humanidade. E falou sobre a importância da esmola, oração e jejum neste período. “A esmola, a oração e o jejum não se podem reduzir a práticas exteriores, mas são caminhos que nos levam de volta ao coração, ao essencial da vida cristã. Fazem-nos descobrir que somos cinza amada por Deus e tornam-nos capazes de difundir o mesmo amor sobre as ‘cinzas’ de tantas situações quotidianas para que nelas renasçam a esperança, a confiança, a alegria”, disse o Papa.

Francisco citou Santo Anselmo de Aosta — considerado o pai da Escolástica — e uma de suas exortações, na qual pede que durante este período, os fiéis dediquem seus pensamentos a Deus e esqueçam das atribulações mundanas. “Neste momento, afasta as preocupações graves e deixa de lado as tuas canseiras. Presta um pouco de atenção a Deus e descansa n’Ele. Entra no íntimo da tua alma, exclui tudo à exceção de Deus e daquilo que te ajuda a procurá-Lo e, fechada a porta, procura-O”.

Este também seria um momento, nas palavras do Santo Padre, de voltar a atenção àquilo que é essencial. É hora de “nos despojar dos revestimentos mundanos e voltar ao coração, ao essencial. Pensemos em São Francisco que, uma vez despido, abraçou com todo o seu ser o Pai que está nos céus. Reconheçamo-nos pelo que somos: pó amado por Deus; e, graças a Ele, renasceremos das cinzas do pecado para a vida nova em Jesus Cristo e no Espírito Santo”, findou o Papa.

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