Padre Márcio Prado fala sobre Quarta-feira de Cinzas e tempo da Quaresma, e destaca importância de voltar-se para Deus e praticar jejum, esmola e oração
Fernanda Lima
Da Redação
A Quarta-feira de Cinzas, celebrada neste dia 14, marca o início da Quaresma, período de 40 dias voltado para preparação dos fiéis para a Páscoa. A data surgiu por volta do século IV, na qual as pessoas se convertiam a Cristo e eram batizadas. Para os antigos judeus, se sentar sobre as cinzas já significava arrependimento dos pecados e volta para Deus.
Durante a celebração neste dia, sacerdotes e ministros impõem cinzas sobre os fiéis conforme é prescrito pelo rito litúrgico. Membro da Comunidade Canção Nova, padre Márcio Prado explica o significado das cinzas, citando a passagem bíblica que diz “és pó e ao pó hás de voltar” (cf. Gn 3,19). Este trecho da Sagrada Escritura, observa, é uma recordação de “quanto somos necessitados da graça de Deus”.
Além disso, o sacerdote diz que “o sinal das cinzas simboliza externamente aquilo que internamente precisamos viver – uma vida de oração que também precisa ser traduzida em gestos concretos de caridade para o próximo”. Desta forma, a Quaresma como um todo, a partir da Quarta-feira de Cinzas, é marcada por ser um tempo de penitência, esmola e oração.
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Esta data é um dos dois dias do ano em que a Igreja pede aos fiéis que sejam feitos jejum e abstinência, junto à Sexta-feira da Paixão do Senhor (Código de Direito Canônico, Cân. 1251). Assim, não se deve consumir carne vermelha durante a data, e buscar a mortificação do corpo. “Em vista do sofrimento de Cristo na cruz, recomenda-se este pequeno sacrifício. Uma oportunidade para refletir o sofrimento redentor de Jesus por nós”, reflete o sacerdote.
Significado da Quaresma
Ele comenta que essa memória do suplício sofrido por Jesus realizada ao longo da Quaresma nem sempre foi como hoje. O padre aponta que, antigamente, o tempo quaresmal não percorria os 40 dias, mas apenas três, em que se celebrava o Tríduo Pascal: Quinta-feira Santa, Sexta-feira da Paixão e Sábado da Ressurreição. “Com o tempo, a Igreja foi rememorando o período que Jesus se retirou durante 40 dias no deserto para o jejum e a oração.”
Este período também recorda a história de Moisés, que demorou 40 anos para atravessar o deserto com os hebreus após fugirem do Egito. “É um tempo favorável para que o fiel se aproxime ainda mais do Senhor”, afirma o missionário, ressaltando a preparação para a Páscoa por meio da experiência da pobreza, da humildade e do abandono em Deus.