Mais de 20 milhões de pessoas precisam se deslocar em seus países devido a fenômenos meteorológicos extremos, aponta o documento da Caritas Internationalis
Da Redação, com Vatican News e Caritas Internationalis
Com a aproximação da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP 28), que será realizada entre novembro e dezembro em Dubai (Emirados Árabes Unidos), a Caritas Internationalis apresentou um relatório abordando a ligação entre mudanças climáticas e a migração forçada.
Intitulado “Deslocados por um clima em mudança: vozes da Caritas protegendo e apoiando as pessoas em movimento”, a divulgação do documento faz parte das atividades da semana de inauguração do Ano Global de Ação da campanha “Together We”, cujo objetivo é promover a ecologia integral.
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A publicação explora as experiências de indivíduos deslocados dentro e fora das fronteiras devido às alterações climáticas e é resultado da colaboração entre organizações nacionais da Caritas de diversas regiões – foi realizado um balanço das dificuldades enfrentadas pelos refugiados em 20 países.
É preciso agir
Entre os dados apresentados, o relatório indica que mais de 20 milhões de pessoas foram deslocadas internamente devido a fenômenos meteorológicos. Este número é mais que o dobro do número médio de pessoas deslocadas internamente devido a conflitos. “A realidade é que agora o clima está se tornando tão errático, tão extremo, tão difícil, que as pessoas já não conseguem se recuperar. Elas estão sendo expulsas de suas casas”, alertou a diretora de Defesa e Comunicação da Caritas Internationalis, Maria Amparo Alonso.
Ela também comentou que a pesquisa foi feita tendo como referência a mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. “Queríamos entender a partir de uma perspectiva integrada qual é a realidade das pessoas que se deslocam, o seu acolhimento, os desafios”, expressou. Maria apontou ainda que “existem atualmente 3,3 bilhões de pessoas que vivem em nações de elevada vulnerabilidade humana, mas na realidade o número pode ser ainda maior”.
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A diretora frisou a necessidade de trabalhar para prevenir toda violação dos direitos humanos ligadas ao aspecto das mudanças climáticas, questionando que medidas cada país pode implementar para dar respostas a esta realidade. “Às vezes as ferramentas existem, mas é necessário agir”, sublinhou Maria.