No dia em que a Igreja celebra a memória da Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, sacerdote indica momentos e atitudes que refletem a devoção mariana do Pontífice
Gabriel Fontana
Da Redação
Na primeira segunda-feira após a Solenidade de Pentecostes, os católicos celebram a Virgem Maria, Mãe da Igreja. A memória foi instituída pelo Papa Francisco, em 2018, em uma das muitas demonstrações de devoção a Nossa Senhora feitas por Bergoglio.
Ainda no início do Pontificado, o Papa Francisco já recorria à intercessão da Virgem Maria. Atualmente residindo em Roma, o doutorando em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana, padre Carlos Augusto Azevedo da Silva relembra um gesto do Santo Padre logo que foi eleito.
“Ainda em março de 2013, logo após ter sido eleito o Romano Pontífice, Bispo de Roma, o Papa Francisco se dirigiu à Basílica de Santa Maria Maior, onde há um altar com o ícone da Salus Populi Romani (“Protetora do Povo Romano”, em português). Ali ele depositou um buquê de flores e consagrou seu Pontificado a Nossa Senhora”, narra o sacerdote.
Em Maria, temos uma mãe!
Anos depois, em maio de 2017, Francisco visitou Fátima, em Portugal, para a canonização de Santa Jacinta e São Francisco Marto, os pastorinhos. Na ocasião, ele também consagrou seu Pontificado a Nossa Senhora de Fátima.
O padre Carlos Augusto também destacou a homilia que o Papa Francisco fez nesta mesma celebração eucarística. Naquele dia, o Santo Padre afirmou: “Queridos peregrinos, temos Mãe”. A lembrança de que os fiéis não são órfãos e que contam com uma Mãe emociona o sacerdote, que expressa:
“Sabemos que as palavras do Papa têm uma força muito grande, não apenas entre os católicos. Mas, de modo especial, o Papa Francisco consegue alcançar a todos com suas palavras. (…) Quantos não despertaram para essa certeza que nos enche de alegria e esperança. Maria é nossa Mãe, caminha conosco, nos carrega no colo, ela não nos abandona!”
Maria, Mãe da Igreja
Seguindo essa linha, o Papa Francisco instituiu, por meio do decreto Ecclesia Mater da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, a memória da Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja. O documento foi divulgado em 3 de março de 2018, mas com data de 11 de fevereiro de 2018. Assim, ficou estabelecido que na segunda-feira após Pentecostes há essa celebração, de forma a “favorecer o crescimento do senso materno da Igreja nos pastores, religiosos e fiéis, bem como da genuína piedade mariana”.
O padre Carlos Augusto comenta que “a memória da Virgem Maria, Mãe da Igreja, está intimamente ligada ao evento de Pentecostes porque, junto à Igreja nascente estava a mãe de Jesus. E a partir daquele momento ela já não era apenas a mãe de Jesus, mas também de seus discípulos, e por isso podemos dizer que é Mãe da Igreja”.
Foto: IPA/ABACA via Reuters
Outros gestos
O sacerdote também destaca outra tradição adotada pelo Papa Francisco. Da mesma forma que em março de 2013, sempre que o Santo Padre faz uma Viagem Apostólica, visita a Basílica de Santa Maria Maior ao partir e ao retornar. A última vez foi no final de abril, quando o Papa Francisco viajou para a Hungria entre os dias 28 e 30.
Essa fidelidade também é destacada, mas não apenas nesse gesto. Para o padre Carlos Augusto a firmeza de Francisco ao responder “sim” a cada chamado é uma das virtudes em que o Pontífice mais se assemelha a Nossa Senhora.
“O ‘sim’ de Maria não foi dado apenas diante do anjo, no momento da anunciação, mas foi repetido e reafirmado a cada dia, até chegar aos pés da cruz de seu Filho. Assim vejo o Santo Padre, firme em seu sim, firme a cada dia, fiel a cada dia, fiel até o fim”, conclui.