Francisco celebrou na Basílica de São Pedro o 3º Dia Mundial dos Pobres: “Os pobres são preciosos aos olhos de Deus, porque não falam a linguagem do eu”
Da Redação, com Vatican News
Na manhã deste domingo, 17, o Papa Francisco celebrou, na Basílica de São Pedro, a Missa comemorativa do 3º Dia Mundial dos Pobres.
Durante a homilia, realizada a partir do Evangelho de São Lucas, ele recorda que alguém elogiava a magnificência do templo de Jerusalém, e Jesus disse “não ficará pedra sobre pedra”(Lc 21, 6), o Pontífice indagou: “Por que profetiza que este ponto firme, nas certezas do povo de Deus, cairia?”.
“Procuremos respostas nas palavras de Jesus. Ele nos diz que quase tudo passará: quase tudo, mas não tudo”. Segundo as palavras de Jesus “a desmoronar-se, a passar são as coisas penúltimas, não as últimas: o templo, não Deus; os reinos e as vicissitudes da humanidade, não o homem”.
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O Papa disse restar o que não passará jamais, o Deus vivo, infinitamente maior do que qualquer templo que Lhe construamos, e o homem, o nosso próximo. Em seguida, Francisco fala sobre os enganos que nos fazem desviar de Jesus para não ficarmos nas “coisas penúltimas”.
“Mas esta pressa este tudo e imediatamente não vem de Deus. Se nos afadigarmos pelo imediatamente, esqueceremos o que permanece para sempre: seguimos as nuvens que passam, e perdemos de vista o céu ”Pois “atraídos pelo último alarido, deixamos de encontrar tempo para Deus e para o irmão que vive ao nosso lado”.
Francisco ensina que como antídoto à pressa, Jesus propõe-nos hoje a cada um a perseverança. “ A perseverança é avançar dia a dia com os olhos fixos naquilo que não passa: o Senhor e o próximo ”
Um segundo engano que nos faz desviar de Jesus, diz o Papa “é a tentação do eu. Ora o cristão, dado que não procura o imediatamente mas o sempre, não é um discípulo do eu, mas do tu.”
Porém, observa o pontífice, como se distingue a voz de Jesus? “Muitos virão em meu nome, diz o Senhor. Mas não devemos segui-los”. Temos que encontrar os que falam a mesma linguagem de Jesus.
“A linguagem do amor, a linguagem do tu. Não fala a linguagem de Jesus quem diz eu, mas quem sai do próprio eu. Todavia quantas vezes, mesmo ao fazer o bem, reina a hipocrisia do eu, faço o bem, mas para ser considerado virtuoso; dou, mas para receber em troca; ajudo, mas para ganhar a amizade daquela pessoa importante. Isto é falar a linguagem do eu ”
Pobres, porteiros do Céu
Os pobres são preciosos aos olhos de Deus – destacou ainda o Santo Padre – porque não falam a linguagem do eu, não se aguentam sozinhos, com as próprias forças, precisam de quem os tome pela mão. Então o Papa convida, “quando os ouvimos bater à nossa portas, podemos receber o seu grito de ajuda como uma chamada para sair do nosso eu, aceitá-los com o mesmo olhar de amor que Deus tem por eles. Como seria bom se os pobres ocupassem no nosso coração o lugar que têm no coração de Deus!”.
Francisco finalizou sua homilia recordando mais uma vez: “Os pobres facilitam-nos o acesso ao Céu, e é por isso que o sentido da fé do povo de Deus os viu como os porteiros do Céu. Já desde agora, são o nosso tesouro, o tesouro da Igreja”.