De dezembro de 2019 a novembro de 2020, será celebrada uma Missa, sempre às 9h, tendo como intenção a paz na península coreana
Da Redação, com ACN Portugal
Bispos da Coreia do Sul lançaram uma iniciativa pela paz na península coreana: de 1º de dezembro deste ano até 28 de novembro de 2020 será celebrada uma Missa, sempre às 9h. A decisão foi tomada pelos bispos em reunião da Conferência Episcopal na semana passada e busca mobilizar toda a comunidade católica.
A situação na península coreana continua muito tensa, já que Coreia do Sul e Coreia do Norte seguem tecnicamente em guerra, apesar dos combates terem sido suspensos em 1953 com um armistício. Além disso, existe a ameaça constante por parte do regime de Pyongyang de desenvolver novas armas de destruição maciça.
As missas diárias pela paz também constituem uma forma de lembrar que, em junho de 2020, completa-se 70 anos do início da guerra entre os dois países. O conflito já causou cerca de 3 milhões de mortes, com o regime de Pyongyang a ser apoiado principalmente pela China e o de Seul pelos Estados Unidos.
Liberdade religiosa
Além da ameaça do conflito militar na península, outra questão levantada com relação à Coreia do Norte é a liberdade religiosa no país. O mais recente relatório da Fundação AIS sobre a perseguição aos cristãos, lançado em Lisboa no passado mês, destaca que“a Coreia do Norte é amplamente considerada como o lugar mais perigoso do mundo para se ser cristão”, sendo a prática religiosa “gravemente punida” neste país.
Recorrendo ao testemunho de pessoas que fugiram da Coreia do Norte, a Fundação AIS refere que os cristãos que são descobertos pelo regime enfrentam a tortura e muitos são enviados para campos de trabalho forçado, destinados essencialmente para os presos políticos. Segundo o relatório, nesses campos poderão existir entre 50 mil a 70 mil cristãos, cerca de metade da população prisional.
“Mortes extrajudiciais, trabalhos forçados, tortura, perseguição, fome, violações, aborto forçado e violência sexual” são algumas das situações a que os cristãos estão sujeitos quando são apanhados na apertada malha de vigilância do regime norte-coreano.
Outra iniciativa pela paz
Rezar pela paz, como agora propõe a Igreja sul-coreana, e acabar com toda esta violência e perseguição contra a comunidade cristã foi um dos propósitos de uma oração especial que ocorreu em 2017 e protagonizada por Dom Sebastian Shaw, arcebispo de Lahore. O prelado esteve no edifício na fronteira, onde se encontram as delegações da Coreia do Norte e do Sul sempre que há reuniões entre os dois países.
Liderando uma delegação da Fundação AIS de que fez parte, entre outros, o secretário-geral internacional, Philippe Ozores, o arcebispo de Lahore rezou pela reconciliação entre as Coreias e para que os dirigentes de ambos os países criem as condições para que “as pessoas possam viver em paz e harmonia e para que as pessoas possam sair do medo” da ameaça nuclear.