Testemunho

Nunca pensei que abraçaria uma santa, diz devota de santa Dulce

Altanira Reis cresceu ao lado de santa Dulce e, hoje, segue os passos do Anjo Bom da Bahia

Rogéria Nair
De Salvador

Dona Altanira Reis / Foto: Canção Nova

Santa Dulce dos Pobres: uma vida de amor ao próximo, de caridade, de santidade. E várias foram as pessoas que puderam acompanhar de perto o exemplo deixado pela freira baiana canonizada, neste domingo, 13.

Altanira Reis é natural de Salvador e cresceu na parte baixa da cidade, nas imediações onde irmã Dulce fundou suas obras sociais. Desde os sete anos de idade, a soteropolitana conviveu com irmã Dulce.

Ela conta que, praticamente cresceu ao lado da santa. Estudava no colégio fundado por ela, passava o dia nas obras sociais e, frequentemente, andava com a freira pela cidade. Quando se casou, Altanira diz ter se afastado um pouco, mas logo voltou.

É com emoção que ela recorda que irmã Dulce nunca a chamava pelo nome, era sempre “minha menina”. Certa vez, ela questionou a freira porque a chamava assim, se ela já era velha, e a santa logo respondeu: “Mas é minha menina”.

Uma história marcante

A história mais marcante que Altanira presenciou com irmã Dulce foi a chegada de um doente ao hospital com as pernas todas feridas e até com bicho. Ela disse que a santa pediu que ela entrasse e pegasse uma garrafa com álcool e uma pinça e começou a retirar os bichos das pernas do doente. “Ela não se recusou a fazer aquilo, isso me marcou muito, muito mesmo. Eu como ser humano, acho que não faria aquilo não”, garante.

A alegria da canonização

“Nunca pensei que eu conviveria com uma santa, que abraçaria uma santa. Mesmo antes de ser proclamada ela era santa pelo que fazia, era uma pessoa santa. Cuidava das pessoas que mais precisavam, não tinha medo da doença”, relata.

Um anjo seguindo os passos de outro

Hoje a “menina” de Santa Dulce dos pobres segue os passos do Anjo Bom da Bahia e, também, se sente um anjo fazendo o bem ao outro. Nira, como carinhosamente gosta de ser chamada, disse que se voluntaria no hospital duas vezes na semana.

Um dos dias ela vai para a geriatria onde brinca com os pacientes e procura alegrar o ambiente. “Passo o dia todo com eles, lá eu só faço brincar. Sou muito brincalhona. Me dói um pouquinho, é que eu chego numa semana e na outra Jesus já chamou uma das ‘meninas’. Chamo as pacientes de ‘menina’”, contou a devota. No outro dia ela se dedica aos pacientes com câncer, reza junto aos enfermos.

Dona Altanira ainda faz artesanato para vender e ajudar as Obras do Anjo Bom da Bahia.

Festa da canonização no Brasil

Na capital baiana, os fiéis iniciaram, neste domingo, 13, a Semana da Gratidão, uma semana repleta de atividades como shows, Missas, momentos de oração, tudo em preparação à Missa pós canonização, que será celebrada, neste domingo, 20, na Arena Fonte Nova. Estima-se que cerca de 55 mil pessoas vão participar desta celebração que será presidida pelo arcebispo de Salvador, Dom Murilo Kruger.

Nesse dia, a TV Canção Nova transmitirá, a partir das 15h30, a celebração em ação de graças pela canonização da religiosa baiana, com narração, comentários e reportagens especiais. Também será transmitida a Santa Missa, às 17h15.

 

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