Com crise financeira, abrir próprio negócio pode ser opção, mas escolhas determinam o sucesso ou fracasso desse empreendimento
André Prado*
Gostar do que faz e ter conhecimento significativo de gestão é o primeiro passo para empreender destaca especialista / Foto: Jirsak by Getty Images
Empreendedores iniciantes
Uma parte considerável das pessoas que foram demitidas na crise financeira sem precedentes que assola o país, depois de um tempo sem conseguir recolocação profissional, geralmente decide criar um negócio próprio.
Entretanto, uma parte significativa destes negócios não prosperará. O motivo é que alguns confundem gostar de determinadas áreas com saber realmente administrá-las. Por exemplo: vamos supor que alguém que cozinha maravilhosamente bem resolva abrir um restaurante no concorrido mercado alimentício. Logo pensará que o seu restaurante lotará devido ao fato da alimentação ser uma necessidade humana básica, sendo que muitos clientes gostarão da comida saborosa que sabe fazer e por consequência ganhará muito dinheiro com isto. Este é um equívoco muito grande das pessoas que abrem um negócio.
Apenas conhecimento em desenvolver um serviço ou produto bom não é suficiente para manter uma empresa no mercado, pois, além disto, é preciso ter sólido conhecimento de gestão.
Primeiro passo para empreender
Embora um número considerável de pessoas resolva fazer cursos de administração achando que pode ser algo fácil, este é outro engano imensurável. Para ser um bom administrador é necessário ter conhecimento profundo de várias áreas de uma empresa, como: gestão administrativa, controle de custos, planejamento estratégico, logística, marketing, tecnologia, recursos humanos, entre outras.
Sabe-se atualmente que muitos aventureiros do mercado não sabem sequer precificar o que vendem. A maior parte elabora os preços do que comercializam baseados na concorrência, copiando os valores de vendas de outros comércios para seus produtos ou serviços. Todavia, pode-se ter um ou outro preço baseado na concorrência, mas jamais todos os preços.
A razão disto é que empresas são como as digitais das pessoas onde nenhuma é igual à outra. Por isso, é necessário também saber formular custos de produtos e serviços que não sejam apenas baseados nos valores atribuídos pela concorrência.
Em suma, gostar do que faz e ter conhecimento significativo de gestão é o primeiro passo para empreender. No entanto, outros fatores são importantes como observar o cenário corporativo interno e externo.
Existem muitas forças que podem afetar uma empresa, tais como mudanças governamentais, política, alterações fiscais, economia, concorrência, necessidades dos clientes e muitas outras. Elaborar um bom planejamento não somente para abertura de uma empresa, mas de tempos em tempos para monitorar e aprimorar o ambiente pode aumentar as possibilidades de sobrevivência de uma organização.
Negócios estabelecidos
Um fator que prejudica muitos empreendedores depois de certo tempo no mercado é a falta de motivação. Quando abrem um negócio ficam afoitos à espera dos primeiros clientes, atuam com sinergia, preocupam-se com detalhes, trabalham incansavelmente entre outras ações.
Passado determinado tempo alguns empresários desmotivados já não sabem mais o que os clientes pensam sobre a sua empresa, não mensuram em pesquisas a satisfação e os desejos do consumidor, não se dedicam com afinco e ainda procuram colocar a culpa de tudo o que acontece de errado na crise ou em terceiros.
Porém, sabe-se que muitas organizações sobrevivem às crises e às mudanças no decorrer dos anos. Então o que diferencia as empresas que sobrevivem das que vão à falência? Muito provavelmente o modelo de gestão.
Existem empresários que vivem a correr em círculos. Alguns aumentam os seus lucros e os seus custos em proporções ainda maiores. O pior é quando tentam produzir resultados diferentes fazendo sempre a mesma coisa.
A melhoria contínua é algo que deve ser buscado em todos os processos da empresa juntamente com as pessoas que a integram, sejam os colaboradores, clientes ou parceiros de negócio.
Existem organizações que apenas por terem obtido um bom resultado, esquecem-se de avaliar e melhorar os processos que poderão levá-las a resultados melhores ainda. Sempre há como melhorar e inovar.
A gestão por resultados é capaz de produzir sucesso nas ações desenvolvidas, motivo pelo qual é importante conhecer profundamente cada etapa das áreas específicas do negócio desenvolvendo a visão sistêmica. É importante ressaltar que se por acaso faltar motivação, a disciplina tem de se fazer presente para prosseguir atuando da forma mais correta possível.
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*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D’Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br
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