Papa Francisco encontra no Equador uma igreja viva e com forte atuação dos leigos, afirma padre equatoriano Marco Bayas
Jéssica Marçal
Enviada especial a Quito
Uma igreja viva, unida e em caminho. Assim é a Igreja católica que o Papa Francisco encontra durante sua visita ao país. Ele chegou à capital Quito neste domingo, 5, e fica até quarta-feira, 8, quando segue para a Bolívia.
Essas características foram atribuídas à igreja no Equador pelo padre Marco Bayas, que é pároco da Igreja de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, no Brasil conhecida como Nossa Senhora das Graças.
O padre equatoriano destaca, em especial, a participação dos leigos na arquidiocese de Quito, considerada a maior do Equador. Só na preparação da visita papal, por exemplo, 10 mil voluntários leigos que trabalham na paróquias se dispuseram a ajudar.
“É uma igreja que vai em caminho. É uma igreja, como diz o Concílio Vaticano II, com luzes e com sombras, com alegrias e com esperanças e também com oportunidades e ameaças”.
Na concepção do sacerdote, a Igreja no Equador também é uma igreja de esperança. Ele lembrou que a América é considerada o continente da esperança sobretudo por causa da presença dos jovens e do trabalho com as famílias.
“Das famílias saem os novos cidadãos, as novas vocações. Para a arquidiocese de Quito a Pastoral Familiar hoje é uma necessidade, é um clamor porque todos sabemos que a família está sendo atacada por correntes filosóficas, antropológicas, por correntes que querem destruir a familia apresentando o que hoje se chama de novos modelos de famílias. O modelo de família é único, aquele que Deus nos apresentou”.
O trabalho da Pastoral Juvenil equatoriana também é bastante notável, contou padre Marco. Para a visita do Papa, cerca de 30 mil jovens vão se reunir em vigília. “Isso é um sinal de muita esperança”. Além disso, é crescente a atuação das comissões catequéticas, da Pastoral da Saúde, das Caritas paroquiais e dos movimentos de leigos.
Padre Marco destacou ainda que os pronunciamentos do Papa Francisco têm dado muito impulso para a ação da igreja católica no Equador.
“O Papa vai encontrar uma igreja em caminho, uma igreja com certas dificuldades, mas com muitas luzes. A mensagem do Papa vai ser crucial, porque sempre é um impulso. Sua visita para nós é uma benção”.
Protestos no país
Além de traçar o perfil da igreja equatoriana, padre Marco também comentou a tensão política no país, que presencia constantes protestos contra o governo. Alguns deles, inclusive, foram realizados às vésperas da chegada de Francisco.
“Esperamos que seja algo superavel. Em pouco mais de um ano estaremos em eleição e então há muita gente que quer ganhar notoriedade para chegar a ocupar as primeiras dignidades. Isso lamentavelmente é um ambiente de tensão devido à realidade política e isso não é de assombrar. Não nos assombra porque é próprio de todos os países quando se apresentam essas realidades de eleições, de proximidade das eleições”.