Celebramos a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo no Ano da Fé. E isso nos leva a refletir sobre nossa fé no “Augusto Mistério” da Eucaristia e a renovar nossa fé nesse dom precioso deixado por Jesus à sua Igreja.
A Eucaristia é o Sacramento do sacrifício de Jesus Cristo, que se entregou à morte de cruz, como “preço pelo nosso pecado”. Ele é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Toda vez que oferecemos a Deus o Sacrifício da Missa, fazermos isso “em memória” de Jesus Cristo, “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, daquela única e suprema doação de sua vida a Deus e em favor de toda a humanidade. Na participação, com fé, da celebração da Eucaristia, recebemos também nós os frutos do perdão e da reconciliação com Deus e da vida nova em Cristo.
É o Sacramento da comunhão com Deus e entre nós por meio de Jesus Cristo. Quando participamos da Eucaristia e recebemos a comunhão, Jesus Cristo nos une mais a si e a Deus Pai e nos concede o dom de sua vida e de sua amizade. Ao mesmo tempo, a Eucaristia nos une como irmãos e estreita os laços vitais entre todos os que recebem esse mesmo sacramento e vivem a mesma fé, na Igreja.
É o “pão da vida”, Sacramento do alimento, que nos nutre desde agora para a vida eterna; esse alimento é o próprio Jesus, mais necessário para nós que o próprio pão de cada dia: “quem comer deste pão, tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia”.
A Eucaristia é, por excelência, o Sacramento de Jesus Cristo, que continua presente com Igreja e a humanidade “até os fins dos tempos”. Ele não nos deixou sozinhos, mas continua no meio de nós! “Deus habita esta Cidade!” A Eucaristia é o Sacramento dessa Sua presença e do significado salvador dessa presença entre nós.
A Eucaristia é também o Sacramento da Igreja, entendida como a união dos discípulos com Jesus, que está com eles e à frente deles, como Mestre, Pastor e Sacerdote. A celebração da Eucaristia torna “visível” o mistério a Igreja e de sua missão no mundo.
Eis, o “mistério da fé”! Na Eucaristia anunciamos a morte de Jesus, proclamamos sua gloriosa ressurreição e crescemos na esperança de participar da plenitude da salvação. Na celebração da Eucaristia, somos a humanidade que crê e espera ansiosa o Dia da Salvação, enquanto suplica: “Maranatá! Vem, Senhor Jesus, vem!” (cf Ap 22,20).
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo