HOMENAGEM

Papa próximo ao sofrimento das vítimas de violência em Corinaldo

Francisco recebeu os familiares de cinco adolescentes e de uma jovem mãe falecidos na tragédia de 2018

Da redação, com Vatican News

Como em um abraço, o Papa Francisco acolheu os familiares dos 5 adolescentes e de uma jovem mãe de 39 anos, falecidos na discoteca de Corinaldo, em Ancona, na noite de 8 de dezembro de dois anos atrás.

A data coincide com a festa da Imaculada Conceição, sublinha o Papa, e o lugar da tragédia, acrescenta ainda o Pontífice, está situado em uma área não distante do Santuário dedicado à Virgem de Loreto.

Neste sentido, o convite a rezar juntos a Ave-Maria pela Asia, Benedetta, Daniele, Emma, ​​Mattia e Eleonora, na certeza de que Ela “seguramente os acompanhou ao abraço misericordioso de seu Filho Jesus”:

Quero — queremos — pensar que ela, como Mãe, nunca tenha desviado deles seu olhar, especialmente naquele momento de dramática confusão; que os tenha acompanhado com sua ternura. Quantas vezes a invocaram na Ave-Maria: «Rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte»! E mesmo que naqueles momentos caóticos não o tenham podido fazer, Nossa Senhora não se esquece de nossas súplicas: ela é mãe. Certamente os acompanhou ao abraço misericordioso de seu Filho Jesus.

Somente com a ajuda do Pai

Francisco diz não entrar “no mérito das causas que levaram aos incidentes naquela discoteca”, mas se une “de todo o coração” ao sofrimento dos familiares das vítimas e ao seu “legítimo desejo de justiça”. Ele quer oferecer “uma palavra de fé, de consolo e de esperança” a uma tragédia “insuportável sem a ajuda de Deus”:

Sei que muitos, a começar pelos seus bispos aqui presentes, pelos seus sacerdotes e pelas suas comunidades, os apoiaram com a sua oração e o seu afeto. Minha oração por vocês também continua, e a acompanho com minha bênção.

O perigo de esquecer

A gratidão do Papa dirige-se aos presentes por terem querido partilhar com ele a dor que os aflige e a oração, mas o encontro de hoje, para Francisco, deve ajudar a superar o risco do esquecimento:

Agradeço a vocês por terem vindo compartilhar também comigo sua dor e orações. Recordo que, na época, quando aconteceu a tragédia, fiquei abalado. Mas com o tempo – e infelizmente com a sucessão de muitas, muitas tragédias humanas — corre-se o risco de esquecer. Este encontro ajuda a mim e à Igreja a não esquecer, a guardar no coração e, sobretudo, a confiar os seus entes queridos ao coração de Deus Pai.

Quando se perde um filho

E olhando para a dor dos presentes, Francisco descreve a tragédia de perder um filho, com a ausência de palavras:

Quando perdemos o pai ou a mãe, ficamos órfãos: existe um adjetivo. Órfão, órfão. Quando no matrimônio ser perde o cônjuge, quem permanece é viúvo ou viúva: também existe um adjetivo para isso. Mas quando se perde um filho, não existe um adjetivo. A perda de um filho é impossível de “adjetivar”. Perdi o filho: mas o quê …? Não, não: não sou órfão nem viúvo. Eu perdi um filho. Sem adjetivo. Não existe. E esta é a grande dor de vocês.

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