Ano Familia Amoris Laetitia pretende chegar a todas as famílias do mundo com propostas de caráter espiritual, pastoral e cultural
Mauriceia Silva
Da Redação
Em 19 de março de 2021, o Papa Francisco deu início ao Ano Família Amoris Laetitia. Também nesta data, se completaram cinco anos desde a publicação da exortação apostólica homônima. O Ano Familia Amoris Laetitia terminará em 26 de junho deste ano, coincidindo com a conclusão do X Encontro Mundial das Famílias.
O contexto de pandemia deu destaque ao papel central da família como Igreja Doméstica e também da importância dos laços entre as famílias, que fazem da Igreja uma “família de famílias”.
Durante o Ano Família Amoris Laetitia, intensa tem sido a divulgação de instrumentos de espiritualidade familiar, formação e ação pastoral em diversos âmbitos: preparação ao matrimônio, educação dos jovens e a santidade dos cônjuges e das famílias.
Também Novas Comunidades têm transmitido essa proposta em suas ações de evangelização. Segundo o fundador da Comunidade Sagrada Família, Ítalo Fasanella, o trabalho de evangelização da Sagrada Família está em sintonia com a exortação apostólica do Papa Francisco.
Ítalo e alguns membros da comunidade ministraram um curso sobre Amoris Laetitia. Foi gravado, disponibilizado no Youtube da Comunidade e tem sido utilizado como atividade complementar em uma faculdade. “Então, foi um fruto desse curso que nós ministramos, estudando também este livro em comunidade. Tentando também, acima de tudo, colocá-lo em prática nas ações da comunidade, nos grupos nas orações, nas evangelizações, nas pregações diversas que nós temos pelo Brasil afora, colocando sempre em pauta o ensinamento do Papa Francisco nessa exortação”.
Comemoração do Ano da Família Amoris Laetitia
“Estamos aí na comemoração do Ano da Família Amoris Laetitia por conta dos cinco anos da promulgação desta exortação que é fruto do Sínodo da Família. O nosso carisma é ser família, comunidade de amor, segundo o projeto de Deus, projeto original de Deus, sermos o rosto da Sagrada Família no mundo”, explica Fasanella.
Segundo o fundador, a exortação Amoris Laetitia dá continuidade a um trabalho que teve início em 1981, quando, numa outra exortação apostólica, também fruto do primeiro sínodo ordinário das famílias, Papa João Paulo II disse: “Família torna-te aquilo que és, comunidade de amor”. Ítalo destaca que a família é uma comunidade de pessoas que se amam. “Este trabalho de evangelização, e resgatar a família, parte da vivência do ser, do carisma. O Amoris Laetitia vem então complementar, dar então um conformidade, uma atualidade ao nosso carisma”.
Para o fundador, nem todas as paróquias tem falado muito no Ano da Família Amoris Laetitia, porém ele diz perceber que os que trabalham diretamente com a família estão empenhados, além da própria Comunidade Sagrada Família. “Eu vejo aqui a própria pastoral familiar tem sem empenhado bastante, no Brasil, aqui em São Paulo, nos trabalhos pelo Ano. O instituto João Paulo II tem um braço aqui no Brasil que também tem se empenhado bastante com isso. Eu vejo de qualquer forma como uma grande oportunidade que a Igreja nos coloca de dar uma atenção para a família, que como já citei, tem sido muito atacada de todos os lados.”
São Luís Martin e Santa Zélia Guérin
O santo casal tem um valor especial para a Comunidade Sagrada Família. Luís e Zélia, pais de Santa Teresinha, foram beatificados em 2008. No ano de 2009, foram acolhidos os 3 como baluartes da Comunidade Sagrada Família. Em 2010, em peregrinação a Lisieux e Alençon, a Comunidade conseguiu relíquias de primeiro grau dos Santos Luiz e Zélia. “Trouxemos pra sede da Comunidade, e isso deu um impulso muito grande na evangelização.”, afirmou Fasanella.
Com as relíquias, a Comunidade tem visitado famílias, outras comunidades, paróquias e dioceses. Muitas graças são relatadas. Em 2014, ganharam outras relíquias que estão nas capelas das casas de Missão em Santos e São José do Rio Preto.
“Fazemos esse trabalho não só com as pessoas que visitam as casas da comunidade onde essas relíquias ficam expostas, mas essas relíquias também são peregrinas. Nós levamos para encontros, palestras retiros, congressos, levamos nas casas das pessoas através do projeto igreja doméstica, para rezar com as famílias, rezamos com os enfermos.”
Testemunho
Fruto dessa evangelização, a advogada Ana Cláudia da Silva Napolitano alcançou uma graça e alegria na família por intercessão do santo casal.
“Já era devota de Santa Terezinha , tenho-a como madrinha do meu matrimônio e, pela Comunidade Sagrada Família conhecemos a devoção aos pais de Santa Terezinha: Luiz e Zélia Martan. Estava estéril devido à endometriose profunda, em que meus ovários, útero, bexiga, colo e outros órgãos foram tomados pelos nódulos”, conta Ana Cláudia.
Em um dia de pregação na comunidade, Ana Cláudia conta que fez uma oração junto às relíquias do casal. “Naquele dia, Deus falou profundamente conosco e me disse que eu seria curada e teria os filhos que tanto pedia. No dia da cirurgia, retirei os nódulos de todos os órgãos e os médicos insistiram na retirada de meu útero. Diziam que só assim seria curada. Não permiti e, após alguns meses, engravidei da Rafaela que acabou de completar dez anos. Depois de três anos, engravidei do Pedro, que completou sete anos em 9 de março”, relata Ana Cláudia.
Videomensagem do Papa
Em uma videomensagem divulgada no ano passado, o Papa Francisco recordou a modalidade extraordinária do X Encontro Mundial das Famílias, que será realizado em Roma de 22 a 26 de junho próximo. O tema desse grande evento será “O amor em família: vocação e caminho de santidade”.