CULTURA

Cem anos de Edgar Morin: uma vida a serviço a um mundo melhor

Francisco une-se ao dia especial de celebração que a Unesco dedica ao filósofo e sociólogo francês com palavras de agradecimento e estima

Da redação, com Vatican News

O filósofo e sociólogo francês Edgar Morin, pseudônimo de Edgar Nahoum / Foto: Reprodução Reuters

Felicitações e melhores votos de “uma longa vida rica de acontecimentos e encontros” e de um trabalho intelectual incansável “difícil de conter em poucas palavras”. Francisco se fez presente na mesa redonda que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) dedica, nesta sexta-feira, 2, ao filósofo e sociólogo francês Edgar Morin, pseudônimo de Edgar Nahoum, nascido em Paris, numa família judia sefardim, protagonista e observador de um século de história que ele viveu em seus momentos decisivos.

Com essa e também com outras iniciativas no panorama cultural mundial, prepara-se o aniversário, em 8 de julho, deste intelectual, escritor, cientista e estudioso complexo preocupado com o destino da humanidade, cujo sentido de responsabilidade e impulsos vitais sempre exaltou, sem esconder seus limites.

A mensagem do Papa

A mensagem do Papa, assinada pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, foi lida pelo observador permanente da Santa Sé junto ao organismo das Nações Unidas dedicado à cultura, dom Francesco Follo.

O filósofo francês, cujo entusiasmo o Papa bem lembra do encontro que teve, no Vaticano, em 27 de junho de 2019, destaca-se nas palavras de Francisco não apenas como uma “testemunha privilegiada de profundas e rápidas mudanças sociais”, mas também como um analista atento que, com discernimento, neste caminho dos tempos, suscitou “esperanças” e alertou para os possíveis riscos para a humanidade.

Em particular, o Pontífice destaca o papel de Morin ao convidar, por exemplo com o conceito de “ciência com consciência”, os progressos moral e intelectual a prosseguirem juntos no avanço da ciência e da tecnologia para evitar catástrofes. A consciência do frágil destino da humanidade também incentivou o estudioso francês a promover a necessidade de uma “política de civilização”, tendo o ser humano no centro e não o dinheiro. Junto com tantos outros intelectuais eminentes, Morin trabalhou pela “cooperação entre os povos”, pela “construção de uma sociedade mais justa e humana”, pela “renovação da democracia”, sublinhando o quanto são “necessários vínculos de solidariedade e convivência” que favoreçam a “abertura e acolhimento”, ressalta o Papa.

Morin e o “Pacto Educativo Global”

Uma nota pessoal encerra a mensagem de felicitações e agradecimento do Papa. A recordação do encontro com Morin ocorrido, no Vaticano, em junho de 2019. “Uma memória feliz”, lê-se no texto, “tanto pelos evidentes e numerosos pontos de contato entre o pensamento do filósofo francês e o ensinamento social do Papa, quanto pelo entusiasmo e a generosa participação oferecida por Morin no “Pacto Educativo Global”.

O desafio crucial que o Papa lançou para o futuro, no ano passado, Morin de fato compartilhou e aprofundou especialmente nos últimos anos, abordando, entre outras questões, o problema da reforma dos saberes escolares e as formas de transmissão desses saberes e desenvolvendo o que alguns definiram uma grande pedagogia para o novo cidadão planetário.

Por fim, o agradecimento do Papa pelos “esforços de uma vida a serviço de um mundo melhor” e a esperança de que o Senhor continue iluminando o caminho que ainda falta percorrer.

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