Religiosos comentam vida e trajetória do Papa Francisco
Denise Claro
Da redação
Nesta terça-feira, 17, o Papa Francisco comemora 83 anos de vida. É o seu sétimo aniversário como Papa.
Jorge Mario Bergoglio nasceu na capital argentina em 1936. Foi ordenado sacerdote jesuíta em dezembro de 1969, e bispo em 1992. Bergoglio atuou ainda como presidente da Conferência Episcopal da Argentina entre 2005 e 2011.
O secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, padre Alexandre Awi Mello, comenta a relevância da vida do Papa Francisco para a Igreja.
“O Papa Francisco é com certeza um grande dom para a nossa Igreja. Temos tido a graça de ter podido contar com papas santos desde o último século, e acredito que estamos diante de uma pessoa que reflete a santidade de Deus, que é muito coerente com o Evangelho, uma pessoa realmente extremamente simples que faz o que prega, que vive o que prega. Eu acho que isso é o que tem feito com que ele tenha uma grande autoridade moral não só dentro da Igreja, mas no mundo inteiro”.
Padre Awi salienta que aos católicos pode ser comum observar essa santidade nos pontífices, mas que chama a atenção aqueles que, de fora, conseguem perceber essa coerência do Papa.
“Eu diria que uma das características principais do seu pontificado é a misericórdia, talvez ele seja conhecido no futuro como o Papa da Misericórdia, e isso tem muita coerência com a sua imagem de Igreja. A imagem de Igreja do Papa Francisco é de uma Igreja que é mãe, que acolhe, que sabe curar as feridas, que tem entranhas de misericórdia para os seus filhos, e por isso atende seus filhos nesse mundo que parece um hospital de guerra, hospital de campanha”.
Com seus gestos, Francisco consegue demonstrar sua predileção pelos pobres, pelos mais necessitados, gerando inclusive uma mudança de mentalidade dentro da Igreja, aponta padre Awi. “Com Francisco, temos uma Igreja mais missionária, que não está preocupada em cuidar das suas próprias estruturas em primeiro lugar, de manutenção, mas que está justamente voltada pra fora, que vai buscar aqueles que estão fora, e vai descobrir a presença de Deus no meio do mundo”.
O escritor, apresentador e professor Felipe Aquino comenta a presença da simplicidade na eleição de Bergoglio como Papa, que trouxe muitas novidades para a Igreja, sendo ele jesuíta, latino-americano, de idade avançada e muito simples. Ao ser eleito, colocou em seu brasão: “Com misericórdia, o chamou”:
“Uma das características do Papa Francisco é essa sua simplicidade e o reconhecimento da sua pobreza e miséria diante de Deus. Se reconhece pecador publicamente. Ao ser eleito, na Praça de São Pedro, a primeira coisa que fez foi inclinar a cabeça e pedir que o mundo católico rezasse por ele. Um Papa humilde, e sabemos que a humildade é a virtude mais importante de todas, porque a soberba é o pior pecado. Então o Papa se mostrou bastante humilde.”
Professor Felipe lembra que Bergoglio, como Papa, deu continuidade ao que ele era como bispo. Ao escolher o nome de Francisco, queria uma Igreja pobre para os pobres. Encontrou ali um significado muito grande na pobreza, na simplicidade de São Francisco, mas também no amor à natureza que São Francisco tinha.
“Francisco é um Papa que fala bastante da necessidade de preservar a criação, a ecologia, no sentido de cuidar da obra de Deus. Outro destaque é o seu amor à família. Em suas encíclicas, o Papa mostra suas preocupações, que ele já tinha lá em Buenos Aires, com os pobres, com as famílias, ele ia visitar os jovens nas favelas. Um Arcebispo que ia de metrô visitar os pobres nas favelas e que cozinhava sua própria comida. O que ele vive hoje é algo que ele já vivia lá como bispo e cardeal. É preciso ter para com ele todo respeito, pela sua saúde, por ser um homem de 83 anos, peregrino da paz”.
Padre Awi reforça a importância do amor, respeito e intercessão de toda a Igreja pelo Papa Francisco:
“Toda a Igreja deveria continuar rezando pelo Papa como ele sempre pede, e esse é o melhor presente que ele pode receber. Ele não gosta muito de celebrações, agora nos 50 anos de sacerdócio ele evitou falar sobre isso. Mais do que muitas palavras, o que certamente vai ser importante é a nossa oração. Que continuemos rezando por ele, por sua missão.”