Pandemia na África

Uganda: missionários salesianos alertam sobre crise alimentar e sanitária

O país não registrou nenhuma morte por coronavírus, mas a preocupação dos missionários é que a Covid-19 se espalhe no campo de refugiados que hoje conta com 56 mil pessoas

Da Redação, com L’Osservatore Romano

Os missionários salesianos, que trabalham no norte da Uganda, lançam um alarme sobre a situação vivida no campo de refugiados da cidade de Palabek. Apesar do país não contabilizar nenhuma morte por causa do coronavírus, já são 805 pessoas testadas positivas à Covid-19, e o campo é um lugar com grande risco de infecções.

Além do medo de que possa se tornar um epicentro, já que atualmente 56 mil pessoas vivem ali, os missionários alertam para ”as sérias preocupações sobre o abastecimento de alimentos e pelas consequências nos âmbito educativos e psicossociais que derivam das restrições impostas pelas autoridades”.

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Os receios nascem da observação de movimentos contínuos entre os refugiados do Sudão do Sul que cruzam secretamente as fronteiras não-oficiais, e também entre os campos de refugiados: recentemente, explicaram os religiosos, cerca de 50 caminhoneiros em trânsito, que haviam estado no Sudão do Sul, testaram positivo ao vírus.

Os refugiados no campo de Palabek “não seguem as regras que poderiam combater a propagação da doença. Por causa do estilo de vida deles, muitas vezes ficam incontroláveis”.

A redução dos alimentos é outro problema que afeta o assentamento. A disponibilidade dos produtos caiu em 30%, o que é quase impossível para sustentar um adulto durante um mês. Padre Lazar Arasu, responsável pela presença salesiana em Palabek, disse que “isso pode gerar fome, desnutrição e até mesmo frustração, raiva e outros distúrbios sociais”.

Além disso, os serviços médicos prestados aos refugiados são insuficientes. De fato, existem apenas três unidades sanitárias com instalações mínimas que são compartilhadas por milhares de cidadãos ugandenses da região.

Os missionários ainda alertam para o fechamento das onze escolas primárias, uma de ensino médio e o instituto técnico que ficam no campo, em respeito ao decreto estabelecido pelo governo nacional. A determinação também envolveu as capelas que ficam dentro do assentamento, retirando, embora temporariamente, o mínimo apoio espiritual e psicossocial que os religiosos poderiam oferecer.

 

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