Migrantes e Refugiados

"Somos um pouco parentes": Papa recebe peregrinos da diocese de Lodi

Recebendo, no Vaticano, os representantes da comunidade eclesial e civil da diocese lombarda, o Papa Francisco recorda os motivos que o ligam a esse território e ao seu povo, em primeiro lugar o batismo recebido por pe. Pozzoli, um sacerdote de Lodi 

Da redação, com Vatican News

Foto: Daniel Ibanez/CNA Images

Nesta sexta-feira, 26, o Papa Francisco recebeu, em audiência, na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da peregrinação da diocese italiana de Lodi.

No encontro com o Papa estiveram sacerdotes, consagradas, seminaristas e fiéis leigos, delegados sinodais, além de representantes de paróquias e associações, voluntários e profissionais da comunicação.

Os participantes foram guiados pelo bispo, Dom Maurizio Malvestiti, que dirigiu ao Papa uma saudação em nome de toda a diocese. Também presentes as autoridades públicas da Província e do território de Lodi, com os prefeitos, especialmente os da área mais afetada pela pandemia da Covid-19 em 2020.

O vínculo “batismal” do Papa com Lodi

Francisco sublinhou os motivos que levaram a diocese a esse encontro no Vaticano e que constituem uma forte ligação com a experiência pessoal do Papa e com o que lhe é mais querido. 

“Gosto de recordar primeiramente o que me liga a vocês com um tipo de ‘parentesco’ que eu chamaria de ‘batismal’. Como vocês sabem, o sacerdote que me batizou, padre Enrico Pozzoli, é filho desta terra, natural de Senna Lodigiana, no ‘baixo’, perto do Pó.” 

O Papa contou que, atraído pelo carisma de Dom Bosco, padre Enrico partiu ainda jovem para Turim e, tornado salesiano, foi imediatamente enviado para a Argentina, onde permaneceu durante toda a sua vida.

“Ele se tornou amigo dos meus pais e também os ajudou a aceitar o meu chamado ao sacerdócio. Fiquei feliz quando um bom conterrâneo de vocês (que está presente aqui), coletou documentos e notícias sobre ele e escreveu sua biografia.”

O Papa recordou que a recebeu imediatamente, mas hoje a recebe de forma oficial. “E com emoção, porque vocês a trazem para mim, amigos de Senna Lodigiana, compatriotas de dom Pozzoli, que foi um verdadeiro salesiano! Um homem sábio, bom, trabalhador, um apóstolo do confessionário, misericordioso, capaz de ouvir e dar bons conselhos.” Francisco também deixou seu agradecimento. “Obrigado de coração! É por isso que eu digo que somos um pouco parentes, não de sangue, não, o fio que nos une é muito mais forte e mais sagrado, porque tem a ver com o Batismo!”

O Papa filho de imigrantes e as migrações de hoje

Em Sant’Angelo Lodigiano nasceu uma grande santa: Francisca Xavier Cabrini, fundadora das Missionárias do Sagrado Coração em Codogno, proclamada padroeira dos migrantes. “Sou filho de migrantes. A Argentina tornou-se a pátria de muitas famílias migrantes, principalmente italianos, e Santa Cabrini e as Cabrinianas são uma presença importante em Buenos Aires”. 

O Papa expressou a sua admiração e gratidão por Francisca Xavier Cabrini, que junto com o Bispo Scalabrini foi para ele testemunha da proximidade da Igreja aos migrantes. 

“Seu carisma é muito atual! Peço a sua intercessão para que sua comunidade diocesana possa estar sempre atenta aos sinais dos tempos e extrair da caridade de Cristo a coragem de viver a missão hoje.”

O drama da pandemia

O terceiro motivo que o Papa sublinhou dentre os que levaram a comunidade de Lodi a desejar o encontro com ele é o desejo de dar um sinal de renascimento após a experiência traumática da primeira fase da pandemia, que atingiu esse território.

“Essa pandemia foi e continua sendo uma experiência complexa, também muito grande, para que possamos dominá-la plenamente. No entanto, não podemos e não devemos negligenciar uma verificação séria, em todos os níveis.”

Francisco enfatizou que recomeçar não significa passar uma “esponja” e que agora não é esse o objetivo. “Hoje, o sinal que vocês dão é o de uma comunidade que quer recomeçar, reforçando a experiência vivida, valorizando os talentos que emergiram nos momentos mais difíceis da provação.”

O Evangelho se testemunha com a santidade da vida

O discurso do Pontífice também ressaltou que o mundo muda, mas Cristo não, e nem seu Evangelho. O futuro da Igreja está em ir ao essencial, às fontes. 

A evangelização é outro aspecto no qual o Papa se deteve em seu discurso. Lembrando novamente as figuras do Padre Pozzoli e especialmente de Santa Cabrini, ele afirmou que “a evangelização é feita essencialmente com a santidade da vida, testemunhando o amor nos fatos e na verdade”. 

O Pontífice também recordou que o caminho principal, no entanto, permanece o mesmo: o do testemunho de uma vida moldada pelo Evangelho. Na conclusão, exortou a comunidade de Lodi “a prosseguir o caminho, fiel às raízes e aberta ao mundo, com a sabedoria e paciência dos agricultores e a criatividade dos artesãos; comprometida com o cuidado dos pobres e com o cuidado da terra que Deus nos confiou”.

 

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