Olhar para os desafios encontrados e, dando as mãos, superar os problemas muitas vezes interligados é o apelo do Cardeal Michael Czerny no Dia Mundial da Pesca
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
Nesta segunda-feira, 21, celebra-se o Dia Mundial da Pesca. Nessa ocasião, o Prefeito do Departamento Vaticano para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Michael Czerny, publicou uma mensagem a respeito.
O cardeal destaca que a data é uma oportunidade de reconhecimento da fonte alimentar oferecida pelo mar. Destaque também para o papel das profissões e para as dificuldades frequentes que envolvem todos os que se dedicam à pesca e a aquicultura em todo o planeta.
Conscientização e desenvolvimento
Em 2016, o Comitê de Pesca da FAO (COFI) endossou uma proposta de Declaração do Ano Internacional da Pesca Artesanal e Aquicultura. A intenção foi de aumentar a conscientização sobre esses subsetores entre os governos e a sociedade em geral. Além disso, destacar a necessidade de sustentar seu desenvolvimento por meio de políticas e leis específicas que lhes permitam desenvolver e adotar práticas de pesca sustentáveis.
Em 2017, a 72ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou 2022 como o Ano Internacional da Pesca Artesanal e Aquicultura (IYAFA 2022). É neste contexto que a data é celebrada.
De acordo com a FAO, em 2020, cerca de 58,5 milhões de pessoas estavam envolvidas (em tempo integral, meio período ou ocasional) no setor primário de captura de pesca e aquicultura. Assim, fornecem a principal fonte de renda e sustento para um número substancial de parte da população mundial.
De todos os envolvidos na produção primária, a maioria está em países em desenvolvimento e são pescadores artesanais de pequena escala e trabalhadores da aquicultura. O maior número de trabalhadores está na Ásia (85%), seguida pela África (9%), Américas (4%) e Europa e Oceania (1% cada).
Fonte natural e desafios
Importante proteína de alta qualidade, o peixe é uma fonte vital de alimento para milhões de pessoas. A pesca artesanal de pequena escala e a aquicultura produzem 40% da pesca mundial, contribuindo grandemente para a segurança alimentar, nutrição e saúde.
Apesar de seu papel crucial, o setor é assolado por vários problemas endêmicos. Isso ameaça o desenvolvimento e a vida das comunidades pesqueiras e, às vezes, a própria existência de pescarias.
Desde o início de 2020, a pandemia global da COVID-19 se espalhou pelo mundo causando danos que também prejudicaram o setor pesqueiro. A mensagem do cardeal recorda que portos, peixarias e restaurantes foram fechados, provocando uma redução significativa do negócio na pesca e venda de produtos. A perda de emprego e rendimentos afetou muitas pessoas do setor, sobretudo mulheres.
Governos de todo o mundo intervieram para apoiar os afetados negativamente pela pandemia, especialmente seus cidadãos mais marginalizados, lembra o texto.
Unidade na resolução de problemas
O cardeal recordou ainda que o Papa Francisco convida todos a “reunir toda a família humana para buscar um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. […] Todos nós podemos cooperar como instrumentos de Deus no cuidado da criação, cada um segundo a sua própria cultura, experiência, envolvimentos e talentos […]”.
O cardeal Czerny conclui a mensagem com um convite aos governos, organizações internacionais de pesca, organizações religiosas e, de modo particular, as católicas, como Stella Maris e Caritas. “Gostaria de convidá-los a darem as mãos na implementação eficaz das convenções e legislação existentes e a cooperar para encontrar soluções inovadoras para esses problemas interconectados enfrentados pelo mundo da pesca em um esforço para proteger ‘nossa casa comum’”.