Com base nos requisitos legais previstos no Acordo de Paris, Santa Sé pretende depositar o instrumento de adesão aos esforços de todos os Estados para cooperar
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
O Observador Permanente da Santa Sé na ONU, Dom Gabriele Giordano, depositou, na última quarta-feira, 6, na Secretaria-Geral da ONU, o instrumento pelo qual a Santa Sé, em nome do Estado da Cidade do Vaticano, aderiu à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Com o instrumento atual de adesão, a Santa Sé pretende contribuir e dar seu apoio moral aos esforços de todos os Estados para cooperar, de acordo com suas respectivas responsabilidades e capacidades, comuns, mas diferenciadas, numa resposta eficaz e adequada aos desafios colocados pelas mudanças climáticas para a humanidade e para a Casa comum.
Esses desafios têm uma “relevância não só ambiental, mas também ética, social, econômica e política, incidindo, sobretudo, na vida dos mais pobres e frágeis. Dessa forma, apelam à nossa responsabilidade de promover, com um compromisso coletivo e solidário, uma cultura do cuidado que coloca a dignidade humana e o bem comum no centro”. A declaração foi do Papa Francisco em uma videomensagem no dia 12 de dezembro de 2020 na ocasião da Cúpula de Ambição Climática de Alto Nível.
Que tipo de mundo deixaremos para as próximas gerações
Nesse contexto, a Santa Sé lembra o convite urgente do Papa Francisco na Carta Encíclica Laudato Si’ sobre o Cuidado de nossa Casa Comum: renovar o diálogo sobre a forma como estamos construindo o futuro do planeta. “Precisamos de um confronto que una a todos nós, pois o desafio ambiental que estamos enfrentando, e suas raízes humanas, nos preocupam e nos tocam a todos”.
Ao responder à pergunta “Que tipo de mundo desejamos transmitir àqueles que virão atrás de nós, para as crianças que estão crescendo?” (Laudato si’, n. 160), a Santa Sé espera que a Convenção e o Acordo de Paris possam contribuir para promover uma convergência de esforços em prol da cultura do cuidado com a casa comum. A solidariedade e na responsabilidade são dois valores fundamentais que devem ser a base da implementação da Convenção e do Acordo de Paris e que nortearão os esforços da Santa Sé nesse processo de implementação.