Cerca de 14 mil sacerdotes participaram da Vigília de Oração com o Papa Bento XVI, nesta quinta-feira, 10, na Praça São Pedro, como parte do encerramento do Ano Sacerdotal. O evento, que durou três horas, foi iniciado pelo secretário da Congregação para o Clero, Dom Mauro Piacenza, que reiterou que os sacerdotes devem ser "fiéis ao radical chamado da santidade".
Em seguida, o Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Cláudio Hummes, tomou a palavra e agradeceu mais uma vez ao Pontífice pela convocação do Ano Sacerdotal – um ano com o objetivo de "promover o compromisso de interior renovação de todos os sacerdotes por um forte e incisivo testemunho evangélico no mundo de hoje".
"Cada sacerdote sabe bem que nunca está concluído o caminho de conversão", afirmou o Cardeal, acrescentando que este caminho se inicia no seminário e que prossegue durante toda a existência terrena e "queremos que o Ano Sacerdotal não termine nunca".
Dom Cláudio manifestou ainda sua gratidão ao Papa, "por tudo o que fez, o que está fazendo e o que fará por todos os sacerdotes, também por aqueles perdidos".
"Sabemos que Sua Santidade já perdoou e sempre perdoa a dor que alguns lhe provocaram. Esteja certo de que o corpo sacerdotal como tal deseja ingressar, com o Senhor, no diálogo de amor entre Jesus e Pedro", completou.
A seguir, o Papa Bento XVI respondeu a perguntas feitas por cinco sacerdotes, cada um representando um continente.
O Papa reiterou que o sacerdócio não é uma profissão como as outras e que, portanto, demanda "disponibilidade para servir a Deus". "Sei que há muitos párocos no mundo que dão todas as suas energias para servir o Senhor e suas comunidades. A todos, quero fazer um grande agradecimento neste momento", disse.
Por outro lado, Bento XVI reconheceu que "não é possível fazer tudo o que se deseja ou o que se deveria fazer, porque as nossas forças são limitadas e a sociedade é sempre mais diversificada e complicada". O importante não é fazer por fazer, mas sim fixar as prioridades, completou.
Ao falar sobre a teologia, o Pontífice advertiu que há um tipo que é "aparentemente científica", inspirada na "arrogância da razão", que "escurece a presença de Deus no mundo". Nesse sentido, convidou os sacerdotes a estarem abertos ao novo e que saibam distinguir criticamente entre a "moda" e a verdadeira novidade.
Sobre o celibato, afirmou que se trata de um modo de transcender a vida terrena: "Para um mundo em que Deus não entra, o celibato é um grande escândalo".
"Pode surpreender esta crítica em uma época em que está na moda não se casar, mas o celibato dos sacerdotes é algo completamente diferente, não um viver por si só e não aceitar algum vínculo definitivo, mas o contrário, é um sim definitivo, tornando-se parte de Deus", concluiu.
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