Resumo

Proteção dos Menores: veja como foi o segundo dia do encontro

No briefing de hoje, arcebispo de Boston destacou que não há nada mais urgente para a Igreja do que individuar o melhor modo de proteger os menores

Da redação, com Vatican News

Depois da “terrível crise” que atingiu os Estados Unidos precisamente por causa das “omissões”, “estamos comprometidos a denunciar sempre” os casos de abuso: “a transparência representa o nosso futuro, devemos enfrentar os nossos pecados, não procurar fazê-los desaparecer”. O cardeal Seán Patrick O’Malley, arcebispo de Boston, presidente da Comissão para a Proteção dos Menores e membro do Conselho dos Cardeais, deixa claro que a colaboração com as autoridades civis é essencial para “enfrentar e lidar com a traição cometida contra crianças e adultos vulneráveis”.

No segundo briefing, realizado nesta sexta-feira, 22, dedicado ao Encontro sobre “A proteção dos menores na Igreja”, no Instituto Patrístico Augustinianum, o cardeal assinala também que “no momento não há nada mais urgente para a Igreja que se unir para individuar o melhor modo para proteger os menores”.

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As feridas da aldeia global

Em “nossa aldeia global”, prosseguiu o capuchinho, “um fato que ocorre em uma parte do mundo tem consequências para todos”: por isso “devemos nos ajudar e nos apoiar uns aos outros para tornar a Igreja um lugar seguro para todos, especialmente para as crianças”.

No que diz respeito à punição e ao abandono do ministério por parte de quem se mancha de crimes semelhantes, falou Dom Charles J. Scicluna, arcebispo de Malta, secretário adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé e membro da Comissão Organizadora. “Aqueles que podem ferir os jovens não devem ser deixados no ministério”, disse ele. A punição pode ser proporcional, mas uma atitude prudente “é fundamental”: “Eu não removo alguém do rebanho para puni-lo, mas para proteger o rebanho”.

A Igreja deve ser “um time”

O arcebispo de Malta evidenciou também o tema da colegialidade, porque a Igreja “é um time” e ninguém deve ser deixado sozinho em situações de crise. O que está em andamento nas diferentes nuances culturais é uma verdadeira “mudança de mentalidade”, afirmou o Cardeal Blase Joseph Cupich, arcebispo de Chicago e membro do Comissão organizadora.

“Todos iremos embora mudados”, acrescentou ele, na consciência de que “devemos investir uns nos outros”. O purpurado agradeceu também às vítimas por sua “coragem” e “testemunho’. “Todos nós”, prosseguiu, “queremos resultados concretos”, que os bispos sintam a “responsabilidade” de suas ações.

Uma força tarefa para as pequenas realidades

O prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, tomou parte da coletiva com os jornalistas, junto com o presidente da Fundação Vaticana Joseph Ratzinger-Bento XVI, padre Federico Lombardi, moderador do encontro.

Ruffini ilustrou os muitos temas debatidos nas últimas 24 horas, em plenário e no âmbito dos círculos menores. Foi reiterada a importância de “procedimentos claros” a fim de favorecer “uma redução dos casos de abuso”, a relevância dos leigos, a possibilidade de criar uma “força tarefa” para ajudar as “Igrejas pequenas” e a promoção de uma “cultura da denúncia”.

Nos grupos de trabalho foi falado sobre como “evitar o fenômeno dos seminaristas errantes, excluídos de um seminário e acolhidos em outro”.

Por sua vez, padre Lombardi enfatizou a atmosfera do encontro, “serena, positiva, incluindo a gravidade do tema, sua seriedade, e dor que isso comporta”. “Eu não sinto tensões na assembleia”, esclareceu. “Sinto um grande desejo de refletir juntos”.

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