Defesa direitos humanos

Prêmio Nobel da Paz para a iraniana Narges Mohammadi

Vice-presidente do Centro para a Defesa dos Direitos Humanos, Narges Mohammadi recebeu o prêmio pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela promoção dos direitos humanos

Vatican News

Narges Mohammadi / Foto: Reprodução Reuters

O Prêmio Nobel da Paz de 2023 foi atribuído, nesta sexta-feira, 6, a Narges Mohammadi pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela promoção dos direitos humanos e da liberdade para todos.

O prêmio deste ano também reconhece “as milhares de pessoas que se manifestaram contra as políticas de discriminação e opressão do regime teocrático contra as mulheres”, afirma o Comitê.

Mohammadi ainda está na prisão

Narges Mohammadi, 50 anos, está detida arbitrariamente desde maio de 2016. Ela está na prisão de Shahr-e Rey (também conhecida como Gharchak), na cidade de Varamin, província de Teerã. Ela foi condenada a um total de dez anos e oito meses de prisão, 154 chicotadas e outras sanções em dois casos separados decorrentes exclusivamente do seu trabalho em prol dos direitos humanos. 

No final de abril de 2022, as autoridades de investigação abriram um novo caso. A Anistia Internacional destaca que as autoridades prisionais a mantêm em condições cruéis e desumanas. Estão deliberadamente negando-lhe cuidados de saúde adequados em retaliação às suas campanhas públicas, como a campanha contra o uso do isolamento nas prisões e por buscar a responsabilidade pelas centenas de assassinatos que ocorreram durante os protestos de novembro de 2019.

Vencedora do Prêmio Sakharov

Antes de ser presa, Mohammadi era vice-presidente do Centro para os Defensores dos Direitos Humanos, proibido no Irã. Ela esteve próxima ao Prêmio Nobel da Paz iraniano, Shirin Ebadi, que fundou o Centro. Ebadi deixou o Irã após a contestada reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad em 2009, que desencadeou protestos sem precedentes e duras repressões por parte das autoridades. 

Engenheira de profissão e também jornalista, em 2018, Mohammadi recebeu o Prêmio Sakharov. Em 2022, foi julgada em cinco minutos e condenada a oito anos de prisão e 70 chicotadas. A ativista e advogada de direitos humanos, Nasrin Sotoudeh, também detida, lutou por ela e pelos outros presos políticos nas últimas semanas fazendo uma greve de fome que foi agora interrompida.

A União Europeia condenou a perseguição contra Mohammadi, convidando o Irã a “respeitar as suas obrigações em relação ao direito internacional e a libertar urgentemente a Sra. Mohammadi, tendo também em conta a deterioração do seu estado de saúde”.

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