Médico alerta para o perigo de quem costuma se exercitar apenas aos finais de semana; para especialista em medicina do esporte, é necessário constância nas atividades para manter a saúde em dia
Thiago Coutinho
Da redação
O Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançaram, em 2021, um Guia de Atividade Física para a População Brasileira. O trabalho concluiu que adultos devem praticar, pelo menos, 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa semanalmente. Essa prática de atividade física regular é fundamental para prevenir e controlar diversas doenças, tais como diabetes, doenças cardíacas, câncer etc.
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Algumas pessoas, porém, não conseguem ou até preferem exercitar-se apenas aos finais de semana — são conhecidos pelos especialistas como atletas de fim de semana. Mas essas pessoas correm alguns riscos preocupantes por não manterem um ritmo constante de exercícios. “A periodicidade na prática de atividades físicas é essencial para obter benefícios consistentes”, afirma o ortopedista e especialista em medicina do esporte, Wander Ama.
Tempo
Como a pesquisa mostrou, manter-se saudável requer 150 a 300 minutos de atividades físicas. “Ou 75 a 150 minutos de atividade vigorosa, além de exercícios de fortalecimento muscular”, acrescenta o especialista. “Recomenda-se distribuir os exercícios ao longo da semana, de três a cinco vezes, combinando aeróbicos e de fortalecimento, com períodos de descanso para evitar lesões e melhorar o condicionamento físico. Consultar um profissional de saúde é importante para uma prática adequada e segura”, reitera.
Confira uma lista ao final deste texto com os principais problemas que exercícios praticados apenas aos finais de semana podem provocar.
Além disso, quando o corpo não está acostumado a se exercitar com certa periodicidade, outras partes podem ficar sobrecarregadas e gerar ferimentos até graves. “Músculos podem ficar doloridos; articulações, como os joelhos, quadris e tornozelo; tendões e ligamentos podem sofrer com tendinites e entorses; e o coração, com esforço intenso e sem preparo, pode sofrer com complicações cardiovasculares”, detalhou o médico.
Melhor que ser sedentário
Apesar de a regularidade na prática de atividades físicas ser fundamental, pior do que não a praticar é ser sedentário. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), arregimentados em 2023, atestam que 47% dos brasileiros são sedentários. Entre os jovens este número é ainda maior: pula para 84%.
“Ser sedentário é a pior escolha, pois os riscos para a saúde são mais graves”, alerta Ama. “Exercitar-se apenas aos fins de semana traz benefícios significativos e é preferível à inatividade completa. A melhor opção é manter uma rotina de atividades regulares ao longo da semana”, reitera.
Outro detalhe que não pode passar despercebido: a dieta. Exercícios físicos e uma alimentação adequada estão intrinsecamente ligados. “A relação entre dieta e exercícios é fundamental para a saúde e bem-estar, e ambos são componentes essenciais de um estilo de vida saudável”, assegura Ama.
De acordo com o médico, o fornecimento de nutrientes é essencial para o funcionamento do corpo, além de fornecer energia para as atividade diárias. Além disso, regula o peso, previne doenças crônicas, melhoram a força muscular, a resistência cardiovascular, a saúde óssea, o metabolismo e, pasmem, a saúde mental. “Dieta e exercícios são essenciais e se complementam. Ambos são necessários para a saúde geral, desempenho físico e qualidade de vida. A combinação de uma dieta equilibrada com exercícios regulares maximiza os benefícios, promovendo uma vida saudável e equilibrada”.
Exercícios de alto impacto x musculação
Na hora de escolher o que praticar, uma dúvida pode surgir: o que pode ajudar mais na perda de peso e condicionamento físico, esportes de alto impacto como o crossfit ou a musculação?
“Durante os exercícios, em termos de calorias queimadas durante o exercício, o crossfit tende a queimar mais calorias devido à sua alta intensidade e combinação de atividades aeróbicas e anaeróbicas”, detalha o médico. “Mas, após os exercícios, a musculação promove ganhos significativos de massa muscular, aumentando a taxa metabólica basal e resultando em maior queima de calorias em repouso ao longo do tempo”.
A conclusão proposta pelo médico é que tudo vai depender dos objetivos a serem alcançados e da adaptação individual de cada sujeito. “Tanto o crossfit quanto a musculação têm seus próprios benefícios e podem ser eficazes para a queima de calorias, desde que adaptados aos objetivos individuais. A melhor escolha depende dos objetivos específicos — como perda de peso, ganho de massa muscular ou condicionamento físico geral — e das preferências pessoais. Para melhores resultados, é comum combinar diferentes tipos de exercício e manter uma dieta equilibrada”, finaliza.