Juventude

Participantes brasileiros falam sobre expectativa para o Sínodo

O Cardeal João Braz de Aviz e o jovem Filipe Domingues representarão os brasileiros no Sínodo para os jovens

Da redação, com Vatican News

O Sínodo que se inicia neste mês de outubro teve uma etapa preparatória fundamental: a reunião pré-sinodal que congregou em Roma centenas de jovens de todos os continentes por uma semana no mês de março.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o Cardeal brasileiro João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, este evento mudou o rumo da assembleia sinodal:

“Eu tinha um pouco de receio do Sínodo porque os bispos estavam falando a respeito dos jovens, mas não eram os jovens que estavam falando. Aí quando houve a reunião pré-sinodal e o Papa abriu para todos os jovens poderem falar o que eles quisessem, inclusive criticar e dizer aquilo que eles tinham no coração, o Sínodo tomou outra direção.”

O cardeal ressaltou também a importância da quantidade de jovens consultados através do questionário e das redes sociais. Foram quase 200 mil jovens que deram sua opinião sobre as questões do sínodo:

“Estou lendo o texto, e o texto reflete o coração do jovem. Em cima disso, a Igreja agora poderá perceber como falar e como testemunhar Jesus.”, salienta o cardeal.

Um dos participantes da reunião pré-sinodal foi Filipe Domingues, a convite da Congregação para a Educação Católica. Na ocasião, ele foi um dos relatores do documento final e agora no Sínodo é um dos 23 “especialistas” escolhidos para coadjuvar o Secretário Geral.

Filipe é jornalista, doutorando em Ciências Sociais na Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, especialista em Ética e Mídia. Deste Sínodo, ele aponta qual poderia ser um resultado concreto:

“Eu espero primeiro que este processo de ouvir os jovens se torne uma coisa permanente, que não seja uma coisa só de agora, e acho que o Sínodo vai abrir as portas para isso. Acho que em alguns lugares já tem experiências muito positivas de pessoas que já se colocam em caminho junto com os jovens, com pessoas em situações difíceis de todas as formas possíveis, mas acho que talvez institucionalizar isso para que esse diálogo seja permanente.”

Filipe também comentou o tema do Sínodo, que trata da juventude, da fé e do discernimento vocacional:

“Essa parte do discernimento vocacional envolve muita coisa. Na Igreja a gente está acostumado a falar de vocação sobre as vocações religiosas (…) mas a questão da vocação deve ser abordada de uma forma mais ampla, porque mesmo quem não está tão engajado na Igreja tem uma vocação. E hoje temos muitas pessoas que não sabem o que fazer. A gente nunca teve na história uma juventude tão preparada, que tem acesso à informação, às redes sociais, mas às vezes não sabe o que fazer com sua vida. (…) Deve-se direcionar essa ideia da vocação e aplicá-la às diversas realidades dos jovens.”

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo