Segunda fase do IV Encontro Mundial dos Movimentos Populares (IV EMMP) será realizada neste sábado, 16
Da redação, com Vatican News
A segunda edição do IV Encontro Mundial dos Movimentos Populares (IV EMMP) terá lugar neste sábado, 16, e contará com a intervenção do Papa Francisco, que entregará uma mensagem aos participantes.
A transmissão do encontro poderá ser acompanhada através das redes sociais e canais dos Movimentos Populares e através dos canais do Vaticano de YouTube de Vatican News e do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
Este quarto encontro foi precedido de uma reunião de trabalho no passado mês de julho, que reuniu representantes de movimentos populares das Américas (Norte, Central e Sul), Europa, África e Ásia. A reunião discutiu o impacto da covid-19 sobre os trabalhadores mais humildes, sem direitos e descartados, e os dilemas que a humanidade enfrenta hoje, incluindo os 3Ts: terra, casa e trabalho, os três “direitos sagrados” que moldaram os diálogos com Francisco nos três encontros anteriores (Vaticano, 2014 e 2016; Santa Cruz de la Sierra, 2015).
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Justiça Social
Na Fratelli tutti, Francisco incorpora os 3T no magistério social da Igreja como critérios básicos de justiça social, afirmando que “é possível desejar um planeta que garanta terra, teto e trabalho para todos” (n. 127). Na encíclica, o Papa se refere amplamente aos movimentos populares, que ele “decidiu acompanhar em seu caminhar autônomo” por suas práticas daquela solidariedade “tão especial que existe entre quantos sofrem” (n. 116); por seu sentido comunitário para cuidar uns dos outros (n. 152); pela criatividade e implementação de “variadas formas de economia popular e de produção comunitária” com aqueles que devem ser contados “para um desenvolvimento humano integral”, e para reconhecer “que, sem eles, a democracia atrofia-se, torna-se um nominalismo, uma formalidade, perde representatividade, vai-se desencarnando, porque deixa fora o povo na sua luta diária pela dignidade, na construção do seu destino” (n. 169).
Tendo isso em conta, o Cardeal Peter K. A. Turkson reconhece os Movimentos Populares “como fonte de mudança, costumamos chamá-los de «apóstolos da mudança», porque são eles que estão em contato direto com quem sofre injustiças. Os Movimentos Populares estão fazendo história, promovendo uma mudança, e o desafio que se apresenta para superar as razões estruturais da pobreza e da injustiça”.
Assim, o Cardeal Turkson nos exorta a “nos unirmos para promover a agenda comum dos Movimentos Populares. Não é apenas uma luta contra a estrutura econômica, mas contra as estruturas políticas, propondo a revitalização dos sistemas para que eles possam criar um mundo de justiça e igualdade”.
Programa
O IV EMMP será realizado em Zoom em espanhol, italiano, inglês, português e francês e será transmitido pelos canais YouTube dos Movimentos Populares, do Vatican News e do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Durará aproximadamente duas horas.
Os Movimentos Populares compartilharão com o Papa o seu trabalho e suas lutas durante os momentos mais difíceis da pandemia da covid-19, com a exibição do vídeo ‘A força do nós’, e lhe apresentarão o documento ‘Salvemos a humanidade e o planeta!’, uma síntese de seus diálogos sobre os dilemas da humanidade. Por sua parte, Francisco entregará uma mensagem a todos os delegados e delegadas participantes.
Participação
Estes encontros são um espaço de fraternidade que reúne representantes de movimentos populares de todas as latitudes do planeta, de diferentes religiões e culturas. Participarão deste 4º encontro delegados e delegadas das Américas (Norte, Central e Sul), Europa, África, Ásia e Oceania.
São catadores, recicladores, vendedores ambulantes, costureiros, artesãos, pescadores, camponeses, construtores, mineiros, trabalhadores em empresas recuperadas, todos os tipos de cooperativistas, trabalhadores em ofícios populares, trabalhadores cristãos em vários ofícios e profissões, trabalhadores em bairros e favelas que praticam a cultura do encontro e caminham juntos.
Nos últimos sete anos, os pobres, os negligenciados e os excluídos, provenientes das periferias urbanas, rurais e laborais, têm se reunido nos EMMP em diálogo com o Papa Francisco, para fazer ouvir e dar visibilidade a suas preocupações sobre as crescentes injustiças causadas pelo sistema capitalista e excludente. Reúnem-se para refletir e compartilhar suas lutas sociais, organizadas desde o nível comunitário, e sobretudo para propor soluções alternativas e novas formas de luta em defesa dos direitos que os convocam, principalmente Terra, Casa e Trabalho.