Audiência no Vaticano

Papa: a previdência recorda a interdependência das pessoas

Papa recebeu em audiência dirigentes e dependentes do Instituto Nacional da Previdência Social da Itália

Da Redação, com Vatican News 

Papa na audiência com membros da previdência social da Itália / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

Nesta segunda-feira, 3, o Papa Francisco se encontrou com dirigentes e dependentes do Instituto Nacional da Previdência Social Italiana (INPS). “O tema das aposentadorias é cada vez mais atual”, disse o Papa, que agradeceu pelo trabalho realizado e destacou que o bem comum passa pelo trabalho diário de milhões de pessoas que compartilham o princípio da solidariedade.

O Instituto é responsável pela administração de quase toda a previdência social italiana, que busca assegurar o futuro da maioria dos trabalhadores autônomos e funcionários dos setores público e privado.

O Pontífice iniciou sua fala com a preocupação de que a sociedade parece ter perdido o seu horizonte de futuro. Citou como exemplo a crise ecológica e a dívida pública que está sendo deixada para filhos e netos. De certo modo, a previdência exige um forte vínculo entre as gerações, observou o Papa.

“A merecida aposentadoria de um trabalhador se sustenta não só pelos seus anos de trabalho, mas também pelo fato de haver alguém que, através da sua atividade, esteja efetivamente pagando a aposentadoria de outros”, ressaltou. Francisco incluiu também os estrangeiros, que contribuem para o mesmo sistema mesmo sem possuir a cidadania.

Os apelos em prol de trabalho digno

Ainda em seu discurso, Francisco ressaltou três apelos que, segundo ele, são essenciais para salvaguardar uma aposentadoria à altura dos desafios das sociedades que envelhecem cada vez mais rapidamente.

O primeiro deles é o “não ao trabalho informal”. Francisco explicou que, num primeiro momento, parecer que isto traga benefícios econômicos, mas distancia as famílias da capacidade de garantir seu futuro previdenciário.

“Não” também ao trabalho precário, pontuou o Papa: aquele temporário, que não oferece segurança de continuidade. Este tipo de trabalho incide particularmente “nas escolhas de vida dos jovens e por vezes os obriga a trabalhar mesmo quando lhes faltam as forças”. Por fim, o terceiro apelo é um “sim ao trabalho digno”, já anteriormente delineado pela Exortação Apostólica Evangelii gaudium como aquele “livre, criativo, participativo e solidário” (192).

Modelos de boa e má previdência

Por fim, o Paparecordou passagens bíblicas que apresentam modelos de boa e má previdência, contrapondo a parábola evangélica do avarento (cf. Lc 12, 16-21), que manda construir armazéns cada vez maiores para guardar os seus bens, àquela do patriarca José que, tendo-se tornado governador do Egito, cuida de guardar o cereal nos anos de fartura para enfrentar melhor o tempo de fome. Por este motivo, o Pontífice o apresenta ainda como um exemplo para os políticos, para que “guiados pelo critério da fraternidade saibam discernir entre as estações, evitando desperdiçar os recursos quando existem e deixar as gerações futuras em sérias dificuldades.”

Agradecendo o serviço prestado pelos dirigentes, especialmente o de garantir a assistência aos desempregados e em favor dos doentes, feridos ou idosos, Francisco concluiu pedindo orações.

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